cem mil vezes proibida
e outras tantas murmurada
que grita inteira no meu peito.
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Há uma palavra
cem mil vezes proibida
que foi já partida e terra de chegada
e desfolho em meus dedos com certo jeito.
-
Palavra
cem mil vezes perdida
cem mil vezes achada.
Cem mil vezes repetida
e outras tantas desejada.
-
Por ela Abril floriu
naquela longa madrugada.
-
E se entre medos
ódios e opressões
eu não mais puder resistir
-
hei-de gritar a palavra Liberdade
quanto meu pensamento
ou raiva o permitir.
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António Afonso
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