sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Poesia na UATI

OS MISTÉRIOS DO MAR
-
EU ESTAVA A MEDITAR,
SENTADA NA LOIRA AREIA,
"QUE MISTÉRIOS TEM O MAR?"
SURGIU NA MINHA IDEIA...
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AS FACES ENTRISTECIDAS,
E NO CORAÇÃO AS MÁGOAS!
EU PENSO EM QUANTAS VIDAS,
SE PERDERAM NAS SUAS ÁGUAS...
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NO VERÃO O MAR É LINDO,
E MESMO TÃO SEDUTOR!
MAS NO INVERNO BRAMIDO,
RUGE TÃO AMEAÇADOR!
-
O MAR É UM TRAIÇOEIRO,
QUE ESPALHA TANTA DOR,
QUE MATA O MARINHEIRO,
E TAMBÉM O PESCADOR.
-
QUANTOS BARCOS JÁ VOLTOU,
NAS ONDAS EM TURBILHÃO!
QUANTAS CRIANÇAS DEIXOU,
SEM PAI P'RA LHES DAR O PÃO...
-
O MAR QUANDO ESTÁ IRADO,
LEVA VÍTIMAS INDEFESAS!
QUE TERÁ ELE GUARDADO...
BEM NAS SUAS PROFUNDESAS?
-
E VEM NA PRAIA LANÇAR,
AS VÍTIMAS QUE ARREBATOU...
COMO PARA NOS MOSTRAR
OS CRIMES QUE PRATICOU.
-
Albertina Coelho Rodrigues
Aluna da UATI.

O Cão Serra da Estrela

O Cão da Serra da Estrela é uma das raças portuguesas e uma das mais antigas da Península Ibérica. A sua verdadeira origem perde-se no tempo. Com um carácter dócil e fiel ao dono tem sido apreciado pelo seu instinto protector. Reconhecida desde cedo a sua coragem perante o perigo foi inicialmente usado para proteger os rebanhos dos predadores. Não é um cão pastor porque não conduz as ovelhas. A sua inteligência e o corpo bem musculado permitem ser ainda um exímio cão de guarda de propriedades e da família mostrando-se agressivo para com os intrusos (animais ou humanos). Se um intruso não se afastar o Cão da Serra da Estrela ataca nunca recuando perante uma ameaça.A sua pelagem densa permite uma protecção contra as baixas temperaturas e as cores aprovadas são o lobeiro, raiado ou unicolor. Na região craniofacial é típica a máscara de cor negra e as malhas brancas podem aparecer nas extremidades dos membros, na face ventral do pescoço e peito. O corpo apesar de bem musculado permite uma agilidade e rapidez de corrida características desta raça. Apesar da sua robustez são vários cuidados a ter com os exemplares desta raça como seja uma alimentação adequada em qualidade e quantidade. O exercício físico também não deve ser descurado assim como a escovagem do pêlo.O Cão da Serra da Estrela é actualmente também muito apreciado como cão de companhia e família. É um companheiro participativo nas horas de lazer do dono e principalmente nas actividades ao ar livre. Em geral adora as crianças e admite todo o tipo de brincadeiras.Ana OliveiraMédica Veterinária

Zorba o meu fiel Amigo

Cá estou eu o Zorba, os meus pais são oriundos da Serra da Estrela, ambos com pedigree, eu degenerei no nascimento, fui nascer em Almodovar, mas mantive a linhagem. Imigrei ainda não tinha um mês para os Algarves, mais propriamente para Montechoro, perto de Albufeira até ao momento ainda não vi aquilo a que chamam praia, e muito menos a night de Albufeira, bem com donos destes não admira, não saiem da casota nem para uma voltinha e depois dizem que querem dar uma volta com um tal Pulanito que passa a vida a papar kms de bicicleta pelos Alentejos.
A razão porque decidi aparecer nesta coisa do «blogcanil» deve-se á inercia dos meus donos, e assim poder ler as dicas da nossa Veterinária do blog, assim como a idade, sim a idade, não se riam, já cá cantam quatro anecos e até ao momento nada, mesmo nadinha, compreendem não é verdade ? Será que algum dos «cybercanitos» que lêm estas coisas, têm uma amiga que se queira divertir um pouco, pr exemplo, a catar pulgas.
Pertenço a uma linhagem séria, não bebo, não fumo, e só de vez em quando petisco uns queijitos perdidos pela mansão, o último dizem os forretas dos meus donos que tinha dois quilos, vejam lá, que grande coisa dois kilitos.
Tenho duas amigas, chatas como tudo, mas não quero que me instaurem um processo de pedófilia, ainda por cima com estas baixotas.
Não se esqueçam, cá fico á espera, como não sou racista informo que convivo com todas as raças.
Alberto David

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Destino de sonho !!!


Conversão de ficheiros PPS em Video por Alberto David

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Escrito em ANGOLA !!!

PRANTO DE MORTE E FOME

Caiu o sol.
A memória vem longa.
A cacimba arredonda a noite.
O fogo já nem tem brasas.
O frio sacode os paus da cubata.
Caiu também o vento.
As marés, exangues, caminham
errantes pelo areal.
As lágrimas com sal,do muito penar,
estão tintas de sangue.
Choram baixinho entre búzios perdidos.
Os tantans da guerra, trazem à praia
cardumes de cadáveres mutilados
nas lutas fratricidas.
Uma criança chora perdida no areal.
O areal está deserto.
Mataram o Tempo.

Chora, Poeta de Dakar.
Calaram cerce o teu canto.
As correntes soam de novo a arrastar.
Pior que a amargura,
o troco e o colono,
é a sede, a fome,
mais o abandono da tua raça que morre.
É de lágrimas o meu pranto,
mas é de morte o teu canto.
Enterraram a negritude:
- Poeta Velho de Dakar!
A Morte também não tarda e não é negra.
É parda!

Postagem de: Alberto David

domingo, 26 de agosto de 2007

Manuel Ribeiro, o engenheiro poeta


"Artista é um ser que não dorme"

Manuel Ribeiro, o engenheiro poeta que depois de percorrer todos os cantos do mundo, escolheu Albufeira para se dedicar às artes, é o nosso escolhido hoje, para fazer parte do nosso blog da UATI.

De uma afabilidade impar, Manuel Ribeiro reúne intensamente as paisagens geográficas e humanas de Albufeira, não esquecendo porém a mansidão bucólica de Vila Velha Ródão, onde o Tejo começa a falar português, terra que o viu nascer, e que ressalta de vez em quando em algumas das suas composições poéticas. Con três livros editados "Pintura = a Poesia nas Rotas do Sul", "Os Filhos do Barro" e "Albufeira no Coração", inúmeras exposições de pintura por todo o país, Manuel Ribeiro dedica-nos agora a sua sensibilidade artística na primeira pessoa.



Postagem de Alberto David
"Extraida da revista albufeira de julho de 2007"


quinta-feira, 23 de agosto de 2007

DIAS CONTADOS V

Sonho alucinante – Separa-nos a imensidão do Atlântico, e nada mais. A tudo o resto estamos ligadas. Quando me levanto, ela ainda dorme, e quando adormeço, ela gira em roda-viva. Ainda que desencontradas há sempre algo que nos une, e que nos afasta também. Fecho os olhos e a sua imagem esbatida ganha contornos, quando a vida adquire novo sentido. É como se o mundo estivesse perto e longe, em simultâneo, e em permanente mutação. Visiono-a parada no tempo, correndo contra o mesmo, quebrando barreiras. Tacteio, e quase lhe alcanço os cabelos de oiro. Respiro fundo, e sinto-lhe a fragrância, como se fosse uma flor. Mas, varrida pelo vento, acabo por a perder entre os dedos. Resta-me o vazio da ausência, num universo findo de se esboroar. De um só fôlego, desperto do meu sono, perdendo toda a profundeza. Enfrentada a veracidade, torno-me incapaz de ultrapassar distâncias, sem que por um segundo o amor se esgote.
No outro dia, na praia, uma criança loira chamava pela mãe, e por escassos segundos, penso que é por mim que implora. Não, não pode ser. Os seus olhos não são claros, nem da cor do céu como os dela, e entretanto ela cresceu.

Espero sempre por ti o dia inteiro,
Quando na praia sobe, de cinza e oiro,
O nevoeiro
E há em todas as coisas o agoiro
De uma fantástica vinda.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Ponto de partida - A utilização de meios informáticos nas escolas e centros de formação, sem dúvida que veio revolucionar mentalidades, e apostar na criação de uma inovação informática, da qual tanto professores como alunos passaram a beneficiar. As salas de aula de antigamente, os métodos tradicionais, e os manuais em papel, vieram dar lugar a outras experiências informatizadas, através de quadros interactivos, e dvds – um conjunto diversificado de ferramentas que ajudam a melhor ensinar com as novas tecnologias, e a aprender com maior motivação. A Internet tornou-se numa aliada inestimável que permite aceder a novos conteúdos, e formatos multimédia, onde o texto tem menos peso, e nos proporciona animações, e gráficos interactivos. Seria muito positivo que também na nossa universidade, no próximo ano lectivo, houvesse uma campanha de sensibilização massiva de aprendizagem digital, para que todos os colegas sem excepção, independentemente da idade, viessem a tirar partido de um meio de comunicação, e de pesquisa à escala global, imprescindível nos dias que correm. Mais do que nunca alinhe nas novas virtualidades, e não deixe a oportunidade passar.

Aqui em http://www.uatialbufeira.blogspot.com/ derrubamos muros, e projectamos ideias. Não deixe de interagir!

Teresa Nesler

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Linda prova de AMOR !!!!!

Concelhos preciosos..................

Conselhos para cuidar do seu gato persa:

Escove o seu gato diariamente com uma escova para gatos de pêlo comprido. Caso contrário o pêlo forma nόs que sό se conseguem remover pela tosquia.
  1. Limpe os olhos do seu gato persa diariamente com uma gaze molhada com soro fisiológico.
  2. As orelhas também podem ser limpas com uma gaze e soro fisiológico. Nunca insira cotonetes dentro do canal auditivo.
  3. Geralmente os gatos são muito eficientes na sua higiene mas se necessário podem tomar banho. No banho deve usar um champô suave para gatos. Se possível, deixe o animal secar ao ar dentro de casa. A maior parte dos gatos não simpatiza com o secador de cabelo.
  4. Os gatos persas facilmente formam bolas de pêlo dentro do estômago o que provoca o vómito. Peça ao seu médico-veterinário que lhe aconselhe uma pasta oral para ajudar a remover os pêlos do estômago.
  5. Os gatos brancos não devem ser expostos ao sol por desenvolverem mais facilmente tumores no nariz e nas orelhas. A mesma regra se aplica se o seu gato tiver somente o nariz e/ou as orelhas brancas.
  6. Mantenha as vacinas e desparasitações em dia.
  7. Alimente o seu gato com uma dieta de qualidade. Algumas marcas já possuem dietas adequadas a gatos persas. O seu gato agradece e evita alguns problemas de saúde.
Ana Margarida Oliveira
Médica Veterinária

Mostrem os vossos Animais no blog da UATI

Não tenho o dom da minha amiga Teresa para escrever, identifico-me mais com tudo o que se relaciona com a imagem, mas resolvi criar no blog um cantinho dedicado aos nossos melhores amigos.
Quem não tem em casa um cão, um gato, um passarinho, um peixinho, uma galinha, um cágado, ou até mesmo uma iguana? ou até vários animais de estimação?
Eles fazem parte da nossa família, para alguns são mesmo a sua única família.
Assim solicito que nos enviem uma foto de um animal de cada vez contando-nos a sua história. A foto pode ser em papel normal, o David copia e devolve imediatamente.

Ao mesmo tempo a médica veterinária dará alguns conselhos.

Tenho 4 animais, mas vou começar pela minha “neta” Nina.

A ESTRELA DA SEMANA

Chamo-me “NINA” nasci a 14 Abril de 2002, tenho 5 anos, sou do signo Carneiro logo muito teimosa.

Sou de raça persa exótico de pêlo curto. Mesmo assim todos reclamam lá em casa porque no início do Verão o meu pêlo cai muito, o que deixa tudo branco.

Adoro brincar e sou muito independente sobretudo na hora da “siesta” não gosto de ser incomodada.

Estou no Algarve há 4 anos em casa da minha “avó”, depois que a minha dona foi para a Escócia e não me pode levar com ela. Mas gosto de viver aqui, apesar de não me deixarem tomar os banhos de Sol que gostaria por causa da minha cor.

Helena Oliveira

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Homenagem no seu centenário


Santo e Senha

DeixemPassar quem vai na sua estrada.
Deixem passar
Quem vai cheio de noite e de luar.
Deixem passar e não lhe digam nada..
Deixem,
que vai apenasBeber água de sonho a qualquer fonte;
Ou colher açucenas
A um jardim que ele lá sabe,
ali defronte..

Vem da terra de todos,
onde mora
E onde volta depois de amanhecer.
Deixem-no pois passar,
agora.

Que vai cheio de noite e solidão
Que vai ser uma estrela no chão.

Uma Redacção para recordar..........

Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador.Um substantivo masculino, com aspecto plural e alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. O artigo, era bem definido, feminino, singular. Ela era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingénua, silábica, um pouco átona, um pouco ao contrário dele, que era um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos.O substantivo até gostou daquela situação; os dois, sozinhos, naquele lugar sem ninguém a ver nem ouvir. E sem perder a oportunidade, começou a insinuar-se, a perguntar, conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado e permitiu-lhe esse pequeno índice.De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro.Óptimo, pensou o substantivo; mais um bom motivo para provocar alguns sinónimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeçou a movimentar-se. Só que em vez de descer, sobe e pára exactamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela no seu aposento.Ligou o fonema e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, suave e relaxante. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela.Ficaram a conversar, sentados num vocativo, quando ele recomeçou a insinuar-se. Ela foi deixando, ele foi usando o seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo.Todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo directo.Começaram a aproximar-se, ela tremendo de vocabulário e ele sentindo o seu ditongo crescente. Abraçaram-se, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples, passaria entre os dois.Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula.Ele não perdeu o ritmo e sugeriu-lhe que ela lhe soletrasse no seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, pois estava totalmente oxítona às vontades dele e foram para o comum de dois géneros. Ela, totalmente voz passiva. Ele, completamente voz activa. Entre beijos, carícias, parónimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais.Ficaram uns minutos nessa próclise e ele, com todo o seu predicativo do objecto, tomava a iniciativa. Estavam assim, na posição de primeira e segunda pessoas do singular.Ela era um perfeito agente da passiva; ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular.Nisto a porta abriu-se repentinamente.Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo e entrou logo a dar conjunções e adjectivos aos dois, os quais se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas.Mas, ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tónica, ou melhor, subtónica, o verbo auxiliar logo diminuiu os seus advérbios e declarou a sua vontade de se tornar particípio na história. Os dois olharam-se; e viram que isso era preferível, a uma metáfora por todo o edifício.Que loucura, meu Deus!Aquilo não era nem comparativo. Era um superlativo absoluto. Foi-se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado aos seus objectos. Foi-se chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo e propondo claramente uma mesóclise-a-trois.Só que, as condições eram estas:Enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria no gerúndio do substantivo e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.O substantivo, vendo que poderia transformar-se num artigo indefinido depois dessa situação e pensando no seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história. Agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, atirou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.

Alberto David

domingo, 12 de agosto de 2007

HOMENAGEM AOS 100 ANOS - MIGUEL TORGA

Súplica

Agora que o silêncio é um mar sem
ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

*
Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer,enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.


Miguel Torga
Cartoons do Henrique

Alberto David

Uma pequena Homenagem da UATI


Miguel Torga
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Miguel Torga
Miguel Torga, pseudónimo de Adolfo Correia Rocha, São Martinho de Anta - Vila Real, 12 de Agosto de 1907Coimbra, 17 de Janeiro de 1995) foi um dos mais importantes escritores portugueses do século XX.
Filho de gente humilde do campo do concelho de Sabrosa (Alto Douro), frequentou brevemente o seminário, e emigrou para o Brasil em 1920, com doze anos, para trabalhar na fazenda do tio, na cultura do café. O tio apercebe-se da sua inteligência e patrocina-lhe os estudos liceais, em Leopoldina. Distingue-se como um aluno dotado. Em 1925 regressa a Portugal. Em 1927 é fundada a revista Presença de que é um dos colaboradores desde o início. Em 1928 entra para a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e publica o seu primeiro livro, "Ansiedade", de poesia. É bastante crítico da praxe e tradições académicas, e chama depreciativamente "farda" à capa e batina, mas ama a cidade de Coimbra, onde viria também a exercer a sua profissão de médico a partir de 1939 e onde escreve a maioria dos seus livros. Em 1933 concluiu a formatura em Medicina, com apoio financeiro do tio do Brasil. Exerceu no início nas terras agrestes transmontanas, de onde era originário e que são pano de fundo da maior parte da sua obra.
A obra de Torga tem um carácter humanista: criado nas serras transmontanas, entre os trabalhadores rurais, assistindo aos ciclos de perpetuação da Natureza, Torga aprendeu o valor de cada homem, como criador e propagador da vida e da Natureza: sem o homem, não haveria searas, não haveria vinhas, não haveria toda a paisagem duriense, feita de socalcos nas rochas, obra magnífica de muitas gerações de trabalho humano. Ora, estes homens e as suas obras levam Torga a revoltar-se contra a Divindade Transcendente a favor da imanência: para ele, só a humanidade seria digna de louvores, de cânticos, de admiração: (hinos aos deuses, não/os homens é que merecem/que se lhes cante a virtude/bichos que cavam no chão/actuam como parecem/sem um disfarce que os mude).
Para Miguel Torga, nenhum deus é digno de louvor: na sua condição omnisciente é-lhe muito fácil ser virtuoso, e enquanto ser sobrenatural não se lhe opõe qualquer dificuldade para fazer a Natureza - mas o homem, limitado, finito, condicionado, exposto à doença, à miséria, à desgraça e à morte é também capaz de criar, e é sobretudo capaz de se impor à Natureza, como os trabalhadores rurais transmontanos impuseram a sua vontade de semear a terra aos penedos bravios das serras. E é essa capacidade de moldar o meio, de verdadeiramente fazer a Natureza mau grado todas as limitações de bicho, de ser humano mortal que, ao ver de Torga fazem do homem único ser digno de adoração.
Considerado por muitos como um avarento de trato difícil e carácter duro, foge dos meios das elites pedantes, mas dá consultas médicas gratuitas a gente pobre e é referido pelo povo como um homem de bom coração e de boa conversa. Foi o primeiro vencedor do Prémio Camões.

1 Obras
1.1 Poesia
1.2 Ficção
1.3 Peças de teatro
1.4 Traduções
2 Prémios

Obras:

Poesia
1928 - Ansiedade.
1930 - Rampa.
1931 - Tributo.
1932 - Abismo.
1936 - O Outro Livro de Job.
1943 - Lamentação.
1944 - Libertação.
1946 - Odes.
1948 - Nihil Sibi.
1950 - Cântico do Homem.
1952 - Alguns Poemas Ibéricos.
1954 - Penas do Purgatório.
1958 - Orfeu Rebelde.
1962 - Câmara Ardente.
1965 - Poemas Ibéricos.

Ficção
1931 - Pão Ázimo.
1931 - Criação do Mundo.
1934 - A Terceira Voz.
1937 - Os Dois Primeiros Dias.
1938 - O Terceiro Dia da Criação do Mundo.
1939 - O Quarto Dia da Criação do Mundo.
1940 - Bichos.
1941 - Contos da Montanha.
1942 - Rua.
1943 - O Senhor Ventura.
1944 - Novos Contos da Montanha.
1945 - Vindima.
1951 - Pedras Lavradas
1974 - O Quinto Dia da Criação do Mundo.
1976 - Fogo Preso.
1981 - O Sexto Dia da Criação do Mundo.

Peças de teatro
1941 - "Terra Firme" e "Mar".
1947 - Sinfonia.
1949 - O Paraíso.
1950 - Portugal.
1955 - Traço de União.
Alberto David

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Em vez de Música um pouco de HUMOR !!!


Humour manteau de fourure écologique
Colocado por hulk666

O Video que a Nossa produtora de Imagem Helena Oliveira, escolheu para SI.

Duração: 00:19Filmado no: 09 Agosto 2007Local: Bélgica

Alberto David

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

A MÚSICA FAZ AMIGOS

Fotografias e montagem da nossa realizadora Helena Oliveira

DIAS CONTADOS - IV

Vozes da noite - Impelida pela vontade de os voltar a ouvir, lá fui sábado passado a Portimão. Claro que não fui só, e a Lena com quem tornei a fazer parceria, a filha Margarida, e a Elisa, vieram também. Quando chegámos a Igreja Matriz estava já iluminada, e de portas abertas para nos receber. Sem dúvida um dos mais belos templos do Algarve, com três naves sobre oito colunas, e um lindíssimo altar-mor em talha dourada, onde os cânticos em boa acústica se fizeram soar. Os nossos amigos Arlindo e Leonilde, acompanhados de mais onze membros da Utib do Barreiro, e gente habituada a cantar quer em coros, quer nas suas paróquias, de todos os pontos do país, elegeram esta como a semana das jornadas corais, que este ano se realizaram em Portimão com o apoio do cónego José Martins, que amavelmente disponibilizou a sua igreja de Nossa Senhora da Conceição, e ainda da Câmara Municipal, que terá viabilizado roteiros culturais do agrado de todos. A estreia em jeito de ensaio geral tinha acontecido na véspera, em pleno ar livre, na Praia da Rocha. A cumplicidade desenvolvida ao longo destes dias entre este entusiasta grupo de cerca de 40 pessoas, e o maestro Hugo Lopes Alves, foi desde logo evidenciada pelos presentes. Ao som do órgão, do diversificado reportório faziam parte cânticos litúrgicos de música sacra, temas populares como a Tia Anica de Loulé, ou o Edelweiss do capitão von Trapp da Música no Coração, e os espirituais negros tão da minha preferência, que vieram anteceder os Blues e o Jazz. A destacar a peça erudita da famosa ópera Nabucco de Verdi, estreada em Milão em 1842, que nos relata a invasão de Jerusálem, e a destruição do templo de Salomão, e consequentes prisioneiros na condição de escravos. Integrado no programa das jornadas foi mais uma iniciativa, que pelo décimo oitavo ano consecutivo teve como objectivo dar visibilidade a quem gosta de cantar, para que daqui para a frente continuem a incrementar as suas capacidades vocais. Parabéns a todos eles, ao maestro, ao organista Luís Filipe, a Joaquim Oliveira, e à contribuição do Dr. Fernando Lemos – ilustre Presidente da Associação Cultural Eça de Queirós.

Noção metafísica - Mais uma vez foi a curiosidade que me levou até lá. Há uns meses atrás, naquela mesma sala polivalente, da Biblioteca Municipal, um grupo de intelectuais questionava-se acerca do belo. Agora as personagens eram outras, e interrogavam-se sobre a sua própria identidade. Quem somos? E qual o objectivo da vida? Afinal o que nos foi dito é que cada um de nós não passa de um ponto de luz convertido em energia viva, que se traduz na essência de cada um, diferente da de todos os outros. Para que nos tornemos seres mais elevados devemos procurar ligarmo-nos à fonte suprema para além das estrelas, e do firmamento, preenchendo desta forma os nossos intelectos. E uma vez em controlo das nossas mentes tornamo-nos donos dos nossos pensamentos, que determinarão as nossas vidinhas daqui para a frente, claro está. Só assim passaremos a usufruir da felicidade plena. Se fosse tudo assim tão elementar… Mas se achou tudo isto complicado, não perde pela demora, e a Zizi tem já nos seus planos para as aulas de taichi do novo ano lectivo organizar um workshop focado em pensamentos 100% positivos. Ora aí está, conheço muita boa gente a quem uma destas sessões não traria mal nenhum. Antes pelo contrário.

Não deixe as opiniões por mãos alheias, faça eco das suas próprias ideias em www.uatialbufeira.blogspot.com, e transforme o seu contributo em importância extrema.

Teresa Nesler

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

O Voo das Gaivotas, na procura da perfeição !!


TEATRO SÉNIOR EM ACÇÃO

A Meire convidou, e numa destas noites não me fiz rogada, e parti ao encontro de um ensaio do grupo de Teatro Sénior. O local escolhido era a nossa já conhecida universidade, e quando cheguei já a sessão ia em andamento. À volta duma grande mesa, cada um, à vez, melhor ou pior ia dizendo as suas deixas. Uma vez recapituladas, passou-se à sala ao lado, onde o espaço mais amplo permitia uma maior liberdade de gestos, e a participação se focou na voz. Verdadeiramente incansável, a Meire deambulou, gesticulou, corrigiu, e mandou repetir até à exaustão, para que o Voo das Gaivotas saísse na perfeição. Se tem disponibilidade, não deixe de ir apoiar este fantástico grupo, que depois do sucesso em Silves, tem a sua próxima actuação na Santa Casa da Misericórdia, já na 3ª feira dia 7, às 14:30 horas. Não falte, e até lá aqui fica o registo fotográfico, e claro está, um grande aplauso para todos eles!

Teresa Nesler