sexta-feira, 30 de maio de 2008

DIAS CONTADOS XXIII

Wish me luck - De há dias para cá que não tenho feito outra coisa, senão repetir, vezes sem conta, até à exaustão!? No carro, debaixo de água, no jacuzzi, em frente ao espelho do guarda-fato, pachorrentamente saboreando uma chávena de «earl grey», ou um tinto do Douro, de olhos fechados, sentindo na cara o tímido sol, no jardim, em suma, qualquer pausa nos meus atribulados dias, tem servido de cenário de aprendizagem, para o que se poderá converter no Momento da minha vida! Voilà! Pois eis que daqui a umas horas subirei ao palco, numa peça sobre identidades. E nada é mais globalizante hoje em dia do que uma boa identidade, sobretudo quando me calhou em rifa o V Império!? Sim, aquele velho sonho do Padre António Vieira, entre outros, de ajudar Portugal a recuperar a sua antiga grandeza, e glória! Inspirado em profecias bíblicas, ali o palco estaria representado pelo tempo, de ordem espiritual, emergindo como um projecto político-religioso, um pouco retórico até! Exceptuando um receio avassalador, de num qualquer bloqueamento total, ser engolida pelo medo, na presença de algumas centenas de pessoas, sinto-me calma, pois amanhã, ou me transformarei em objecto de escárnio, ou na verdadeira «Star»!

Uma nova consciência – Ao longo de 3 encontros a academia Brahma Kumaris proporcionou-nos um breve curso de meditação raja yoga, com entrada livre, na Biblioteca Municipal. Para quem desconhece o conceito, não se trata efectivamente de uma religião, mas de um outro conhecimento, ou uma nova filosofia de vida, que não só tem a intenção de nos ajudar a redescobrir o eu, como potenciá-lo. Afinal, a forma como cada um de nós pensa, reflecte-se no relacionamento com os outros, tendo ainda um impacto tremendo sobre o nosso próprio corpo. Depois continuámos a focar-nos naquilo que somos, ou seja seres de luz, cuja luminosidade se projecta no centro das nossas testas, e nos dá qualidades natas, pacíficas, de valores eternos, e onde a negatividade não tem lugar. O silêncio torna-se então na consciência da alma, e a perfeição a nossa meta, e ao ligarmo-nos à fonte suprema, purificadora, benevolente, e repleta de paz e amor, somos como que transportados para uma outra dimensão, para além dos planetas, e do sol, convertendo-se esta numa experiência de eternidade, e autêntico júbilo espiritual. Tudo o que até aí nos poderia incomodar, e se teria instalado de prejudicial a nível da consciência, é destruído, e imediatamente substituído por virtudes, que nos convertem em almas elevadas, ou estrelas divinas, num universo de quietude, onde existimos para além do tempo. Foi um momento de procura, que nos fez olhar para dentro, e desenvolver uma postura mental diferente, alertando cada um dos presentes para o despertar de uma nova consciência. Om Shanti.

Teresa Nesler

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