A avó Rosa, faleceu no dia 13/02/74,sem sofrimento e com a linda idade de 86 anos lúcidos.
Na sua vida atravessou várias batalhas, não só as pessoais como também viveu as consequências das duas grandes guerras mundiais.
Mulher Transmontana vem viver aos 30 anos para Lisboa, tendo passado a sua infância e juventude em terras pobres e agrestes onde se vivia das parcas agriculturas e da pastorícia, habituando-se a lutar pelo pão nosso de cada dia, isso transmite-lhe parte das forças que toda a sua vida a encoraja e nunca se deixa vencer, sem sentimentos de avareza sustenta e encoraja os que a rodeiam, evita-lhes os “medos”, oferecendo-lhes a calma e fé nas piores circunstâncias.
Mulher inteligente de aspecto forte, destemida, trabalhadora, dedicando aos seus a sua vida, o seu trabalho.
A par destas qualidades tinha uma fé inquestionável, plena de profundos sentimentos sinceros que a faz aceitar com resignação o que a vida lhe oferece, o bom e o mau.
Tudo o que acontecia vinha por vontade de um Deus soberano, de uma força superior, estava fora de questão não o aceitar.
Assim, relembro-a, como uma pessoa que não se revolta, não faz injúrias e que mantém uma calma devota nas piores situações, esta mulher que mal sabia ler, era uma sábia de “vida”.
E o relógio da avó Rosa? -Já conto… O relógio da avó Rosa era um dos três valores estimativos que a mesma não partilhava com mais ninguém, tinha por este um especial gostar, era um dos seus bens, a sua riqueza.
Um destes bens, eram as suas doze agulhas em metal amarelo, de fazer croché e tricôt, com as quais trabalhou muitas meias para a família, muitas rendas para enxovais, as suas rendas para enfeitar lençóis de cama eram tão gabadas pela perfeição, os seus “cantos” eram muito elogiados.
A sua tesoura era também uma relíquia a que nós apelidávamos do seu “tesouro”tal era a valorização que ela lhe dava, na verdade a tesoura era uma preciosidade de objecto.
Mas, o relógio da avó Rosa era já um amigo, um confidente, um companheiro de longa data, com ele foram compartilhadas muitas alegrias e tristezas, muitas noites de insónia, melhor que ninguém ele guarda o segredo de um olhar, nele se reflectem muitos estados de espírito, por vezes um espírito atormentado de incertezas que deposita nos seus ponteiros o tempo de espera, a pausa para melhores momentos, pois com o passar do tempo, tudo se resolve, com o tempo tudo passa…
Hoje, esse relógio, continua a ser uma mais valia pois guarda inúmeros segredos dos quais só ele é o grande senhor.
Este pequeno conto é uma homenagem a essa grande mulher que só morrerá quando for esquecida.
Na sua vida atravessou várias batalhas, não só as pessoais como também viveu as consequências das duas grandes guerras mundiais.
Mulher Transmontana vem viver aos 30 anos para Lisboa, tendo passado a sua infância e juventude em terras pobres e agrestes onde se vivia das parcas agriculturas e da pastorícia, habituando-se a lutar pelo pão nosso de cada dia, isso transmite-lhe parte das forças que toda a sua vida a encoraja e nunca se deixa vencer, sem sentimentos de avareza sustenta e encoraja os que a rodeiam, evita-lhes os “medos”, oferecendo-lhes a calma e fé nas piores circunstâncias.
Mulher inteligente de aspecto forte, destemida, trabalhadora, dedicando aos seus a sua vida, o seu trabalho.
A par destas qualidades tinha uma fé inquestionável, plena de profundos sentimentos sinceros que a faz aceitar com resignação o que a vida lhe oferece, o bom e o mau.
Tudo o que acontecia vinha por vontade de um Deus soberano, de uma força superior, estava fora de questão não o aceitar.
Assim, relembro-a, como uma pessoa que não se revolta, não faz injúrias e que mantém uma calma devota nas piores situações, esta mulher que mal sabia ler, era uma sábia de “vida”.
E o relógio da avó Rosa? -Já conto… O relógio da avó Rosa era um dos três valores estimativos que a mesma não partilhava com mais ninguém, tinha por este um especial gostar, era um dos seus bens, a sua riqueza.
Um destes bens, eram as suas doze agulhas em metal amarelo, de fazer croché e tricôt, com as quais trabalhou muitas meias para a família, muitas rendas para enxovais, as suas rendas para enfeitar lençóis de cama eram tão gabadas pela perfeição, os seus “cantos” eram muito elogiados.
A sua tesoura era também uma relíquia a que nós apelidávamos do seu “tesouro”tal era a valorização que ela lhe dava, na verdade a tesoura era uma preciosidade de objecto.
Mas, o relógio da avó Rosa era já um amigo, um confidente, um companheiro de longa data, com ele foram compartilhadas muitas alegrias e tristezas, muitas noites de insónia, melhor que ninguém ele guarda o segredo de um olhar, nele se reflectem muitos estados de espírito, por vezes um espírito atormentado de incertezas que deposita nos seus ponteiros o tempo de espera, a pausa para melhores momentos, pois com o passar do tempo, tudo se resolve, com o tempo tudo passa…
Hoje, esse relógio, continua a ser uma mais valia pois guarda inúmeros segredos dos quais só ele é o grande senhor.
Este pequeno conto é uma homenagem a essa grande mulher que só morrerá quando for esquecida.
Helena Urceira - Aluna da UATI
4 comentários:
Os meus parabéns à Lena pela bela homenagem à avó. Ainda bem que aceitou o desafio. Valeu a pena, porque não só daqui para a frente passamos a contar com mais uma colaboradora de peso, mas também com mais uns deliciosos «contos». Obrigada.
A avó Rosa tinha a licenciatura
tirada na «Faculdade da Vida» e
transmitia os seus conhecimentos
a toda a família ,a ela devemos
grande parte do que hoje somos,
obrigada avó Rosa!
Um obrigada à minha irmã Lena que,com o seu trabalho,tornou possível divulgar a muitas pessoas um pouco da história da nossa querida avó.
Um grande beijo.
Obrigada às duas Teresinhas pelas suas lindas e sentidas palavras.
Muitos xis-corações.
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