sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Nova proposta literária

Na próxima aula de literatura a ter lugar na 2ª feira 21 de Janeiro às 18,15h, estudaremos Teixeira de Pascoaes. Volto a deixar a biografia de mais um escritor, para novamente lhes reavivar a memória, fazendo o apelo para que uma vez mais compareçam.

Teixeira de Pascoaes (1877 – 1952)

Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos, de seu nome verdadeiro, nasceu em Gatão, Amarante, no norte de Portugal, em 1877.
Em 1883, começa a colaborar no jornal A For do Tâmega, com poesias líricas e satíricas. Publica também o seu primeiro livro, Embriões, rejeitado mais tarde pelo poeta.
Formado em Direito pela Universidade de Coimbra, exerce depois advocacia, por um curto período de tempo.
Em 1911, com Jaime Cortesão, Leonardo Coimbra e outros intelectuais, funda o grupo Renascença Portuguesa e dirige, entre 1912 e 1916, a parte literária da revista A Águia, tornada então no órgão daquele movimento.
Em 1913, abandonou a carreira judicial e fixou-se em Gatão, no solar de Pascoaes, a casa da infância que inspirou a escolha do nome do poeta. O seu isolamento não o impediu, contudo, de continuar a actividade literária e de intervenção cultural, dando expressão particular a uma tendência que ficou conhecida na literatura portuguesa como «saudosismo». Por ela o homem–poeta entende o mundo como "uma eterna recordação", percebendo a realidade como evocadora de uma outra realidade mais real que aquela. O conhecimento poético é simultaneamente estético, metafísico e ontológico: estético porque o que lhe é próprio se conhece pelo sentimento, metafísico e ontológico porque o seu horizonte é o da verdade que manifesta um carácter transcendente. Faleceu em 1952.

Poeta

Quando a primeira lágrima aflorou
Nos meus olhos, divina claridade
A minha pátria aldeia alumiou
Duma luz triste, que era já saudade.

Humildes, pobres cousas, como eu sou
Dor acesa na vossa escuridade...
Sou, em futuro, o tempo que passou-
Em num, o antigo tempo é nova idade.

Sou fraga da montanha, névoa astral,
Quimérica figura matinal,
Imagem de alma em terra modelada.

Sou o homem de si mesmo fugitivo;
Fantasma a delirar, mistério vivo,
A loucura de Deus, o sonho e o nada.

Teixeira de Pascoaes
Sempre (1898)

Teresa Nesler – Trabalho de pesquisa

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