Camilo Pessanha (1867 – 1926)

Desiludido, procura uma nova vida no Oriente, para onde concorre a uma vaga de professor no Liceu de Macau onde acaba por ser colocado em 1894. Aí torna-se, durante três anos, companheiro de Wenceslau de Moraes exercendo as actividades de conservador do Registo Predial (1900), e juiz. É lá também que ganha o gosto pelo coleccionismo de objectos raros, e pelo estudo de literatura e língua chinesa. É na China que Camilo Pessanha passa os seus últimos dias acabando por morrer vítima de tuberculose pulmonar. A sua farta barba torna-se cada vez maior e desgrenhada; a sua magreza, cada vez mais mórbida; e o seu vício pelo ópio, cada vez mais forte. Os seus anos finais são certamente marcados pela obscuridade, e pela decadência moral.
Camilo Pessanha soube expor o seu drama pessoal de uma forma pouco convencional, que, certamente, terá seduzido os seus contemporâneos e as gerações posteriores. Nos seus versos Clepsidra ilustra de uma forma perfeita o quadro que vislumbra: "Eu vi a luz de um país perdido. / A minha alma é lânguida e inerme. / Oh! Quem pudesse deslizar sem ruído! / No chão sumir-se, como faz um verme...". Nesse poema, "Inscrição", vêem-se, perdidos, um país (Portugal) e o poeta (Camilo Pessanha) que canta a decaída pátria.
Teresa Nesler – trabalho de pesquisa
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