quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

La Casa de Bernarda Alba, Frederico Garcia Lorca

La Casa de Bernarda Alba, obra de teatro em três actos, escrita em 1936 por um dos mais vanguardistas dramaturgos espanhóis. Esta obra, por alguns considerada tragédia e por outros drama (aqui até se aproxima do hibridismo de Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett), corresponde ao culminar de um longo processo evolutivo do dramaturgo, desde o Modernismo até ao Vanguardismo, e deste até à sua fase de plenitude na escrita.
Da análise efectuada, parece-nos mais um drama, até porque o subtítulo “Drama de mujeres en los pueblos de España” assim o define. Por outro lado, há aqui um misto de comédia, entendendo-se a mesma por um misto de comicidade, de crítica e denúncia da sociedade. O autor baseia-se em figuras reais e utiliza um realismo linguístico – características próprias do drama – ao colocar na boca das personagens, como Poncia, expressões cómicas, de cariz popular e que se enraízam mais propriamente nas gentes andaluzas.
Como sabemos, esta obra faz parte de uma trilogia onde encaixam Bodas de Sangre e Yerma e mostra um conjunto de personagens femininas que aspiram ao sentimento e ao amor. As protagonistas lutam e revoltam-se contra o mundo das convenções e hipocrisias que dominam as suas vidas. Para contrariar tal modus de vida, escolhem como única alternativa a pobreza espiritual, o desespero, a morte.
Coincidimos, após a leitura da obra nestes pontos:
- La Casa de Bernarda Alba é a representação da vida anormal de uma família andaluza;
- Cada obra de Lorca deve ver-se como uma distinta manifestação artística;
- O teatro de Lorca tem um selo pessoal inconfundível que radica na variedade de estilos usados.
- Vale muito a pena ler esta e outras obras de F. García Lorca.
Professora de Literatura Cristina Sousa

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