sexta-feira, 20 de julho de 2007

DIAS CONTADOS II

Existências – Quem me lá levou foi uma amiga em comum. Surpreendi-a no seu recôndito recanto, entre o colorido de mil flores, e alguns dos seus animais de estimação. A saber as cadelas Diana, e Carlota, o coelho Nini, e a galinha Nandinha. Com isto espero não estar a cometer nenhuma inconfidência, pois afinal foi há pouco tempo que me aproximei da Mécia, a propósito do seu fantástico quadro «Outono no Canal». Fui em busca de mais obras-primas, mas surpreendentemente constatei, que apenas pinta há 2 anos, e é na salinha da máquina de costura que me deparo com os arcos de Faro, Lagoa, e Albufeira, executados a lápis de aguarela, quando se inicia. Terá entretanto chegado a frequentar a Universidade da Terceira Idade de Portimão, para uma aprendizagem até aí ausente, pois tal como já chamei a atenção, por falta de divulgação adequada muita gente desconhece a nossa universidade. Até que alguém lhe falou na UATI, e pelo 2º ano consecutivo além das aulas de Alemão, não falha às de Desenho e Pintura. Por cima da lareira encontra-se o seu quadro das «Papoilas» em pastel seco, enquanto que a «Rosa» tem lugar de destaque no quarto, ambos de 2006. O ponto de cruz é também o seu forte, e já em 1998 o jeito lhe é reconhecido através duma menção honrosa, num concurso a que terá participado em Vila Nova de Gaia. Mas os seus talentos não ficam por aqui, e apesar de lhe notar uma certa reserva, inesperadamente prolonga-nos a tarde partilhando connosco um momento poético. Os sons, e as cadências despertam um passado adormecido amargurado, que em nada se parece já com o seu presente. Actualmente, os dias para a Mécia decorrem na tranquilidade da sua casa térrea, na companhia dos que lhe são mais fiéis, reproduzindo da sua marquise repleta de luz, uma a uma, as maravilhosas flores que a rodeiam.

No poema ficou o fogo mais secreto
O intenso fogo devorador das coisas
Que esteve sempre muito longe e muito perto
Sophia de Mello Breyner Andresen

Expectantes – Numa destas noites, reunimo-nos numa esplanada, entre o burburinho de mesas de turistas, e veraneantes, como se de uma reunião de velhos amigos se tratasse. O encontro destinava-se à troca de impressões, entre alunos de uma, e outra universidade sénior, na esperança que da discussão surgisse luz! Certamente que haverá projectos mais ambiciosos que outros, vários níveis de exigências, e maior ou menor entrega por parte de quem está por trás. Uma coisa é certa, para se chegar a um consenso, e conquistar cada vez mais pessoas, continuo a achar que é preciso ouvir, e recolher o maior número de opiniões, e foi isso que ali teve lugar. Só através da afirmação das diferenças acabaremos por alcançar o equilíbrio. Á UTIB do Barreiro, povoada de diversas e maravilhosas vozes, move-os um cantar que vai ganhando escala, fruto de um trabalho colectivo consistente, e a um ritmo produtivo de fazer inveja a qualquer um. Para o Arlindo, Leonilde, e todos os outros que não puderam estar presentes, vai toda a nossa solidariedade.

Novo recomeço – Para quem ainda não tenha percebido, este sítio serve para isto mesmo – mobilizar alternativas, e tornar activa a sua voz. Aqui, neste lugar encontra-se o labirinto onde todos nos cruzamos, sem encontrões ou condicionalismos. Diferente no estilo http://www.uatialbufeira.blogspot.com/ procura dar-lhe a conhecer os projectos em carteira, e as várias interpretações do mundo. Não deixe de participar também!

Teresa Nesler

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