quarta-feira, 4 de julho de 2007

DIAS CONTADOS ( I )

Mundos achados - No outro dia andei por lá perto, e resolvi bater-lhe à porta. Agradavelmente surpreendida sorriu-me do cimo das escadas, e convidou-me a subir. A casa de concepção rústica está virada para um jardim relvado, e ao galgar a escadaria fui imediatamente transportada para o universo dos seus sonhos. Azulejos revestem parcialmente as paredes, os tectos parecem perder-se em altura, e todo o interior marcado pela tradição dos traços, não poderia ser mais acolhedor, e familiar. O mobiliário, as estantes a transbordar de livros, as peças com história, as mesinhas com fotos de família, as vitrinas repletas de colecções, ou qualquer outro objecto, se encontra habilmente posicionado. Nada está fora do lugar, e tudo é mantido em imaculada limpeza, à custa do seu próprio esforço. Nesse fim de manhã, o sol entrava a jorros através dos vidros cristalinos das janelas, que reluzindo de asseio, enalteciam os seus quadros, harmoniosamente distribuídos por tudo quanto é lado. São eles que lhe personalizam o espaço, transformando-o numa pequena grande galeria! Alguns evocam paisagens exóticas, outros jardins encantados, e outros ainda há, que nos levam até à tranquilidade das planícies alentejanas. Mais recentemente a sua imaginação sem limites impeliu-a para o abstracto – o arranque para um novo caminho, e para as cores mais intensas, transmitindo-nos uma energia, fora do comum, na sua idade avançada. De lá de fora ouvia-se o bulício da circulação automóvel, e avistava-se a Câmara Municipal. Conta-me até, que no último espectáculo da Dulce Pontes ao ar livre, foi dali mesmo, que o vislumbrou, sem quaisquer atropelos. Apesar de uma infância marcada pelo rigor de outros tempos, e de um itinerário de vida por vezes penoso, resistiu ao tempo abraçando a pintura como a sua maior forma de expressão. Simples, e despretensiosa, sem dúvida que a Tininha foi uma das pessoas, que verdadeiramente mais gostei de conhecer na UATI. E qualquer dia, quando por lá passar, sem hesitação volto a bater-lhe à porta.

A magia da despedida – A nossa congénere do Barreiro desejou connosco partilhar mais um momento da sua história, enviando-nos algumas fotos do almoço, que ontem reuniu professores, e alunos na Quinta do Covelo e Pinto, em Coina. As imagens sugerem-nos uma celebração descontraída, onde em maioria, as senhoras se apresentaram com bonitos vestidos floridos, e de cores estivais, agrupando-se em mesinhas redondas de 6 lugares, adornadas a azul e branco. Desfrutando de um espaço exterior repleto de folhagem, flores, estátuas, e lagos, o contacto com a natureza certamente terá contribuído para fechar em beleza um ano preenchido pelo convívio, e aprendizagem. Aos colegas do Barreiro afectuosas saudações de todos os alunos da Uati!

Contra a corrente - Dei hoje início a uma nova série de convicções muito pessoais, que se reflectem numa outra forma de estar na vida, diferente da de muitos outros. Faço-o como ponto de reflexão, e à espera de um contraditório, que não obtive quando da 1ª fase de escrita. Daqui, volto a abrir a porta para uma discussão renovada, que em tudo contrarie a resignação. Se for sensível aos meus, ou a outros temas, não deixe de apanhar esta carruagem, que se poderá tornar no veículo com que sempre sonhou em

2 comentários:

Anónimo disse...

Mundos achados,a Tininha é uma das muitas colegas e Amigas que merece o seu lugar de destaque, a sua humildade e educação esmerada, merece que todos os colegas a olhem como se de um museu vivo se tratasse. E é na peugada de tantas outras Tininhas que temos o dever de humildemente as tornar conhecidas de todos nós.
A Magia da despedida...., não pertenci ao lote dos afortunados que conviveram de perto com estes maravilhosos colegas da UTIB, uma coisa sei, graças a eles abriu-se uma porta conhecer outras UTI, esse será um dos nossos objectivos, o outro é continuar a divulgar o seu maravilhoso coro.
Contra a corrente..., temos que ser pacientes, nem sempre a folosofia de uns, é a mesma de outros, com calma, saberemos fazer com que as nossas ideias ganhem força, no fim todos nós queremos o melhor para a UATI, o tempo se encarregará de limar algumas arestas, no fim todos ganharemos. Continue Teresa o nosso ano lectivo não têm fim nem início,por isso estaremos sempre em exame.

Anónimo disse...

Só hoje me foi possível ler o seu depoiamento sobre "Mundos achados".
Muito sinceramente senti um arrepio... certamente de emoção! Pois é verdade verdadinha,(como se diz na nossa santa terrinha) de tudo aquilo que é narrado acerca da nossa Tininha, eu estou em vernácula sintonia.
Comungo completamente dos sentimentos a que se refere a quando, da visita ao " Mundo" da Tininha,porque também a conheço, já lá vão uns bons aninhos...
E no que se refere a ela, Mulher, artista, Amiga sempre disposta a
ajudar o outro sem olhar a quem, e de todos os atributos que lhe foram
dirigidos; eu atrevo-me a corroborar que são ainda poucos a meu ver e, caem-lhe tão bem, quanto ela o merece. Não a fazem crescer mais porque grande, já ela é!Obrigada Teresa. Já era tempo de alguém apreciar, valorizar e dar
a conhecer os valores humanos que tantas e tantas vezes...estão
escondidinhos, no imo duma aparente e simples criatura.
Um abraço muito amigo e votos de boas férias.Ida Santos