sábado, 14 de abril de 2007

PONTOS DE VISTA VII

Refúgio bucólico – Levei cerca de duas horas a lá chegar, o que as saudades da família justificam plenamente. O ponto de encontro era no Ribatejo, e que melhor pretexto para reunir do que a Páscoa? O tempo e a paisagem eram convidativos, e para variar soube bem desfrutar da família e amigos, sem pressas nem stress. A mesa formal vestiu-se a preceito. A toalha adamascada, os guardanapos de linho, e o serviço de pratos, talheres e copos assumiram uma notoriedade sem falhas. E tudo isto graças à minha cunhada Patrícia - exímia na arte de bem receber. Como entrada havia ovos mexidos com espargos silvestres, e túberas al ajillo, que é como quem diz salteadas em alho. A seguir veio um creme de espinafres com pinhões, e como prato principal destacou-se o borrego assado com hortelã, batatinhas novas coradas, e ainda tomates cherry com ervas aromáticas, acompanhados de um tinto de Setúbal, e de um branco alentejano, pois é claro. À sobremesa, uma tarte de maçã, um bolo de limão, e outro de chocolate com framboesas, além de um magnífico queijo da serra, mais que nos encheram as medidas. Tudo em ambiente ao ar livre, com trepadeiras de sempre noivas em flor, e arbustos isolados de cor lilás dispersos pelo jardim, com toda a simplicidade campestre envolvente.

Inalcançável – A Papaya é uma das minhas lojas preferidas nos Estados Unidos. Desde vestidos, «tops», sapatos, acessórios, acho que não há nada que não tenha já lá comprado. Outra das minhas eleitas é a «para sempre 21»!? O nome é que é ilusório, e dá que pensar. Até alguém achar a fonte da eterna juventude estamos irremediavelmente rendidos à evidência. Mas, mesmo que a tenra idade nos fosse eternamente assegurada, seria uma tragédia difícil de imaginar. Se o elixir da mocidade estivesse assim disponível, certamente que não nos sujeitaríamos a qualquer degradação física. Mas será que seríamos mais felizes? A vida é como um conto com princípio, meio e fim. Ao permanecermos para «sempre» pelo seu início, ou quando muito a meio, a situação poder-se-ia tornar algo angustiante, e perderia a sua normal sequência. O importante é sabermos «sempre» aproveitar o melhor de cada etapa!

Os grupos – A paixão aos clubes desportivos leva às vezes a que se perca o respeito às autoridades, ao distúrbio, e a incidentes de toda a espécie e feitio. De aspecto comportamental totalmente imprevisível, cada um destes elementos olha para estes núcleos de apoiantes de que faz parte como que para um extensão de si próprio. E se por um lado sentem um aumento da sua auto estima através deste sentimento de solidariedade, por outro serve-lhes de escape, pelo extravasar de todo um mundo de emoções até aí contidas. Afinal o adepto desconhecido pode ser a pessoa mais pacata, ou talvez não. O que é certo é que projectando-se na multidão despoleta uma acção violenta que em tudo destabiliza a ordem, mas que o anonimato protege.

Apaixonante – Em verso, ou em prosa redescubra-se, e colabore no nosso site em http://www.uatialbufeira.blogspot.com/. Tal como eu afirme-se de uma vez por todas, e suscite ódios, amizades, ou paixões no espaço em que o único custo é simplesmente o seu tempo!

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