segunda-feira, 6 de agosto de 2007

DIAS CONTADOS - IV

Vozes da noite - Impelida pela vontade de os voltar a ouvir, lá fui sábado passado a Portimão. Claro que não fui só, e a Lena com quem tornei a fazer parceria, a filha Margarida, e a Elisa, vieram também. Quando chegámos a Igreja Matriz estava já iluminada, e de portas abertas para nos receber. Sem dúvida um dos mais belos templos do Algarve, com três naves sobre oito colunas, e um lindíssimo altar-mor em talha dourada, onde os cânticos em boa acústica se fizeram soar. Os nossos amigos Arlindo e Leonilde, acompanhados de mais onze membros da Utib do Barreiro, e gente habituada a cantar quer em coros, quer nas suas paróquias, de todos os pontos do país, elegeram esta como a semana das jornadas corais, que este ano se realizaram em Portimão com o apoio do cónego José Martins, que amavelmente disponibilizou a sua igreja de Nossa Senhora da Conceição, e ainda da Câmara Municipal, que terá viabilizado roteiros culturais do agrado de todos. A estreia em jeito de ensaio geral tinha acontecido na véspera, em pleno ar livre, na Praia da Rocha. A cumplicidade desenvolvida ao longo destes dias entre este entusiasta grupo de cerca de 40 pessoas, e o maestro Hugo Lopes Alves, foi desde logo evidenciada pelos presentes. Ao som do órgão, do diversificado reportório faziam parte cânticos litúrgicos de música sacra, temas populares como a Tia Anica de Loulé, ou o Edelweiss do capitão von Trapp da Música no Coração, e os espirituais negros tão da minha preferência, que vieram anteceder os Blues e o Jazz. A destacar a peça erudita da famosa ópera Nabucco de Verdi, estreada em Milão em 1842, que nos relata a invasão de Jerusálem, e a destruição do templo de Salomão, e consequentes prisioneiros na condição de escravos. Integrado no programa das jornadas foi mais uma iniciativa, que pelo décimo oitavo ano consecutivo teve como objectivo dar visibilidade a quem gosta de cantar, para que daqui para a frente continuem a incrementar as suas capacidades vocais. Parabéns a todos eles, ao maestro, ao organista Luís Filipe, a Joaquim Oliveira, e à contribuição do Dr. Fernando Lemos – ilustre Presidente da Associação Cultural Eça de Queirós.

Noção metafísica - Mais uma vez foi a curiosidade que me levou até lá. Há uns meses atrás, naquela mesma sala polivalente, da Biblioteca Municipal, um grupo de intelectuais questionava-se acerca do belo. Agora as personagens eram outras, e interrogavam-se sobre a sua própria identidade. Quem somos? E qual o objectivo da vida? Afinal o que nos foi dito é que cada um de nós não passa de um ponto de luz convertido em energia viva, que se traduz na essência de cada um, diferente da de todos os outros. Para que nos tornemos seres mais elevados devemos procurar ligarmo-nos à fonte suprema para além das estrelas, e do firmamento, preenchendo desta forma os nossos intelectos. E uma vez em controlo das nossas mentes tornamo-nos donos dos nossos pensamentos, que determinarão as nossas vidinhas daqui para a frente, claro está. Só assim passaremos a usufruir da felicidade plena. Se fosse tudo assim tão elementar… Mas se achou tudo isto complicado, não perde pela demora, e a Zizi tem já nos seus planos para as aulas de taichi do novo ano lectivo organizar um workshop focado em pensamentos 100% positivos. Ora aí está, conheço muita boa gente a quem uma destas sessões não traria mal nenhum. Antes pelo contrário.

Não deixe as opiniões por mãos alheias, faça eco das suas próprias ideias em www.uatialbufeira.blogspot.com, e transforme o seu contributo em importância extrema.

Teresa Nesler

2 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns pelo seu trabalho. Muito elucidativo sobre um evento muito agradável.

Beijinhos, Ana Oliveira

Unknown disse...

Vozes da noite...
A Teresa surpreende-nos sempre com os seus comentários. É um prazer ler os seus textos, sejam eles a falar do que quer que seja. E se, como é o caso, for a falar de coisas simples mas que nos tocam por serem "nossas", aí, então, o caso muda de figura. Até quase nos comove!
A crónica relata, fielmente, o que se passou naquela semana. E não se poderia fazer melhor olhando a que tudo foi feito após seis ensaios de duas horas cada!
Bem haja por ter tido a paciência e a disponibilidade para passar ao papel as suas emoções.
Arlindo Silva Inacio.