quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

O PRAZER DOS LIVROS


Devido às férias da Páscoa a tertúlia da Zizi não terá lugar em Março, mas retomará o seu horário habitual no 3º sábado de Abril, mais precisamente no dia 19 às 15 horas. Se sente gosto pela leitura, e procura uma experiência cultural diferente e original, não falte, e faça parte desta iniciativa de sucesso!

Foto e pequeno texto da autoria de Teresa Nesler

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

DIAS CONTADOS XV

Sinais de vida – Atraída por ela, atravessei fronteiras, e fui até ao seu encontro, ao mesmo tempo que esquecendo as horas, me lancei à descoberta de um mundo mais vasto, por vezes em exercício comparativo. Em viagem, o meu olhar ganha outro fôlego, e alonga-se nas pequenas coisas, tornando-se sensível à sonoridade. De cada ocasião a visão é diferente, e serve para me reencontrar através de novas memórias. Por mais de uma vez me inclino sobre o Mississippi, consumindo o rio de águas turvas, até à ultima gota. De atenção redobrada, parto à descoberta de New Orleans, em toda a sua complexa teia, cuja sequência fotográfica deixei registada em www.caprichodointelecto.blogspot.com.
Impossível não destacar o colorido, a presença da música sem tempo, e os aromas crioulos. São estas cores e imagens, que retenho como um turbilhão de emoções. Num momento de viragem, o ano é certamente de incertezas. Desenvolvem-se discursos de alternativa, e lá como cá, esboçam-se promessas, constroem-se ilusões, e o melhor actor em palco colecciona seguidores. A minha preferência vai para a adrenalina da competição, e qualquer previsão, neste momento, é puramente especulativa! Uma vez cumprido o sonho, e quando a linha do horizonte se começa a esbater, lentamente me vou retirando de cena. Além de guardar o máximo prazer das paisagens, e de realidades culturais diferentes, nalgumas das quais não me revejo nada, traço caminhos de volta a casa. O que ficou? Diferentes interpretações do mundo, partilha de muitos afectos, e um pedaço de mim que lá deixei, em estreita ligação com ela.

Fim de uma era - A necessidade de conhecimento fez-me voltar à Uati, mal regressei a Portugal. Com cada vez menos estudantes, foi com descontentamento, que deparei logo à entrada, com a imagem redutora de uma série de avisos, de que não haveria aulas, desta ou daquela disciplina. Ao todo umas quatro, ou cinco. O entusiasmo que me levou à aula de literatura, fez-me sentir deslocada, num universo cujo estado de alma se encontra moribundo, e a percepção do seu mau funcionamento, parece chamar por um debate urgente. É preciso encontrar respostas que limpem a imagem, e que duma vez por todas reestruturem a nossa universidade, de raiz, quando mais do que nunca, sinto que estamos por conta própria, pelos mais errantes rumos. Como se previa a situação é de crise e emergência, e demorando a afirmar-se, não terá saída airosa. Nunca houve reflexão sobre o futuro, nem multiplicidade de projectos, e naturalmente que organizar um magusto pelo São Martinho, ou bailaricos de santos populares, não requer a mesma capacidade que gerir um modelo educativo, ou uma área de saber, ainda que destinada à geração sénior! Sem sinais de esperança, num horizonte estreito, por quanto mais resistirá ainda ao tempo? Incapaz de encontrar caminhos, e nos garantir a mínima qualidade, resignada senão ao fracasso, falta-lhe lucidez, mobilização, e principalmente autonomia, para que se desenvolvam acções próprias. Resta saber se alguma vez despertará da apatia, em prol de um processo de renovação que projecte os meus, e os seus interesses. Felizmente que este espaço nos dá o poder da palavra, e a oportunidade de através de opiniões dispersas e alienatórias, nos expressarmos, para que um dia, quem sabe, num futuro mais próximo que longínquo, talvez que nada seja como antes.

Teresa Nesler

POESIA ÉS COMO SANGUE

Poesia és como sangue ardente,
Em movimento no meu corpo ardente.
Sempre exististe dentro de mim,
Talvez ligada ao meu destino,
Quem sabe, se logo de pequenino,
Mas só há pouco te abraço assim.

Poesia comandas a minha mente
E minha mão convidas a escrever,
Sinto cá dentro teu grande fervor.
Doravante, sou juízo do meu ser:
Vou respirar beleza, puramente,
Seguindo o rumo da ventura e do amor.

Poesia solta ou bem ordenada,
Hino de esperança, de saudade,
Sonho nocturno, lua aluada,
Através de ti digo a «amizade».
Poesia gosto de ti, como do sol a terra,
Tudo o que escrevo, em ti se encerra.

António Henrique – Paderne, 8 de Março de 1999

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

FOTO DA SEMANA

Foto da Semana enviada pela prof. Wengard

Dia S. Valentim - Disney

DIA DOS NAMORADOS (14Fevº)


Dia dos Namorados
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa

Cartão postal do Dia de S. Valentim, c. 1910
O Dia dos Namorados, tratado em muitos países como Dia de São Valentim, é uma data comemorativa na qual se celebra a união amorosa entre casais, quando é comum a troca de cartões com mensagens românticas e presentes com simbolismo de mesmo intuito, tais como as tradicionais caixas de bombons em formato de coração. No Brasil, a data é comemorada no dia 12 de Junho, já em Portugal, a data é celebrada em seu dia mais tradicional: 14 de Fevereiro.
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1 História
1.1 São Valentim
2 Data no Brasil
3 Ver também
4 Ligações externas
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História
A história do Dia de São Valentim remonta um obscuro dia de jejum da tido em homenagem a São Valentim. A associação com o amor romântico chega depois do final da Idade Média, durante o qual o conceito de amor romântico foi formulado.
O dia é hoje muito associado com a troca mútua de recados de amor em forma de objetos simbólicos. Símbolos modernos incluem a silhueta de um coração e a figura de um Cupido com asas. Iniciada no século XIX, a prática de recados manuscritos deu lugar à troca de cartões de felicitação produzidos em massa. Se estima que, mundo afora, aproximadamente um bilhão de cartões com mensagens românticas são mandados a cada ano, tornando esse dia um dos mais lucrativos do ano. Também se estima que as mulheres comprem aproximadamente 85% de todos os presentes.

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São Valentim
Durante o governo do imperador Claudius II, este proibiu a realização de casamentos em seu reino, com o objectivo de formar um grande e poderoso exército. Claudius acreditava que os jovens se não tivessem família, se alistariam com maior facilidade. No entanto, um bispo romano continuou a celebrar casamentos, mesmo com a proibição do imperador. Seu nome era Valentine e as cerimónias eram realizadas em segredo. A prática foi descoberta e Valentim foi preso e condenado à morte. Enquanto estava preso, muitos jovens jogavam flores e bilhetes dizendo que os jovens ainda acreditavam no amor. Entre as pessoas que jogaram mensagens ao bispo estava uma jovem cega: Asterius, filha do carcereiro a qual conseguiu a permissão do pai para visitar Valentine. Os dois acabaram-se apaixonando e milagrosamente recuperou a visão. O bispo chegou a escrever uma carta de amor para a jovem com a seguinte assinatura: “de seu Valentine”, expressão ainda hoje utilizada. Valentine foi decapitado em 14 de Fevereiro de 270 d.C.

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Data no Brasil
No Brasil, a data é comemorada no dia 12 de junho por ser véspera do 13 de junho, Dia de Santo Antônio, santo português com tradição de casamenteiro, provavelmente devido suas pregações a respeito da importância da união familiar. O casamento - em queda na Idade Média - trazia a união carnal, considerada pecado, naquele período quando se valorizava a vida espiritual celibatária.
A data foi criada pelo comércio paulista e depois assumida por todo o comércio brasileiro para reproduzir o mesmo efeito do Dia de São Valentim, equivalente nos países do hemisfério norte, para incentivar a troca de presentes entre os "apaixonados".

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

CONVITE PARA A HABITUAL TERTÚLIA

COMUNICADO


No próximo dia 16 de Fevereiro (3º. Sábado do Mês), temos a nossa habitual TERTÚLIA, pelas 15h00, nas instalações da UATI-Universidade de Albufeira para a Terceira Idade.
Convidamos os POETAS, os AMIGOS da POESIA e da CULTURA, para este evento.
A Associação dos Amigos de Albufeira agradece a vossa presença.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Beleza Nocturna

Celia Cruz - La Vida Es Un Carnaval

CARNAVAL

ice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro se inspirariam no Carnaval francês para implantar suas novas festas carnavalescas.
Atualmente o Carnaval do
Rio de Janeiro, Brasil é considerado um commais putaria desfiles do mundo. Em Portugal, existe uma grande tradição carnavalesca, nomeadamente os Carnavais da Ilha da Madeira cujos imigrantes são os que levaram o Carnaval para o Brasil, Ovar, Estarreja, Loulé, Sesimbra, Rio Maior, Torres Vedras e Sines, destacando-se o de Torres Vedras, Carnaval de Torres, por possuir o Carnaval mais antigo e dito o mais português de Portugal, que se mantém popular e fiel à tradição rejeitando o samba e outros estrangeirismos... Juntamente com o Carnaval de Canas de Senhorim com perto de 400 anos e tradições únicas como os Pizões, as Paneladas, Queima do Entrudo, Despique entre outras.

[
editar] História e etimologia
Para alguns pesquisadores o Carnaval tem raízes históricas que remontam aos
bacanais e a festejos similares em Roma; alguns historiadores mais ousados chegam mesmo a relacionar o Carnaval a celebrações em homenagem à deusa Ísis ou ao deus Osíris, no Antigo Egito. Uma outra corrente acredita que a festa iniciou-se com a adoção do calendário cristão.
A festa carnaval teve seus primeiros relatos em Roma XI. Em Roma havia uma festa, a
Saturnália, em que um carro no formato de navio abria caminho em meio à multidão, que usava máscaras e promovia as mais diversas brincadeiras. Essa festa foi incorporada pela Igreja Católica, e segundo alguns a origem da palavra Carnaval é carrum navalis (carro naval). Essa etimologia, entretanto, já foi contestada. Actualmente a mais aceita é a que liga a palavra "Carnaval" à expressão carne levare, ou seja, afastar a carne, uma espécie de último momento de alegria e festejos profanos antes do período triste da quaresma.
Em
1091 a data da Quaresma foi definitivamente estabelecida pela Igreja Católica; como consequência indireta disso, o período de Carnaval se estabeleceu na sociedade ocidental, sofrendo, entretanto, certa oposição da Igreja, na Europa. Embora alguns papas tenham permitido o festejo, outros o combateram vivamente, como o Papa Inocêncio II.
À seqüência do
Renascimento o Carnaval adotou o baile de máscaras, e também as fantasias e carros alegóricos. Ao caráter de festa popular e desorganizada juntaram-se outros tipos de comemoração e progressivamente a festa foi tomando o formato atual, que se preserva especialmente em regiões da França (ver Mardi Gras), Itália e Espanha.


[
editar] Cálculo do dia de Carnaval
Ver artigo principal: Cálculo da Páscoa
Todos os feriados eclesiásticos são calculados em função da data da Páscoa. Como o
domingo de Páscoa ocorre no primeiro domingo após a primeira lua cheia que se verificar a partir de 21 de março, e a sexta-feira da Paixão é a que antecede o Domingo de Páscoa, então a terça-feira de Carnaval ocorre 47 dias antes da Páscoa e a quinta-feira do Corpo de Cristo ocorre 60 dias após a Páscoa.


sábado, 2 de fevereiro de 2008

D.CARLOS I

Carlos I de Portugal
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Rei de Portugal

D. Carlos I, rei de Portugal
Ordem:
35.º Rei de Portugal
Cognome(s):
O Diplomata ou O Martirizado

Início do Reinado:
19 de Outubro de 1889
Término do Reinado:
1 de Fevereiro de 1908
Aclamação:
Palácio de São Bento,
Câmara dos Deputados,1889
Predecessor:
D. Luís I
Sucessor:
D. Manuel II
Pai:
D. Luís I
Mãe:
D. Maria Pia
Data de Nascimento:
28 de Setembro de 1863
Local de Nascimento:
Palácio da Ajuda, Lisboa
Data de Falecimento:
1 de Fevereiro de 1908
Local de Falecimento:
Terreiro do Paço, Lisboa
Local de Enterro:
Panteão dos Braganças, Mosteiro de São Vicente de Fora, Lisboa
Consorte(s):
D. Amélia de Orleães
Princesa de França
Príncipe Herdeiro:
D. Luís Filipe (filho)
Dinastia:
Bragança
Dom Carlos I, de seu nome completo Carlos Fernando Luís Maria Victor Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis José Simão de Bragança Sabóia Bourbon e Saxe-Coburgo-Gota, (Palácio da Ajuda, Lisboa, 28 de Setembro de 1863Praça do Comércio, 1 de Fevereiro de 1908) foi o penúltimo Rei de Portugal.
Nascido em Lisboa, era filho do rei Luís I de Portugal e da princesa Maria Pia de Sabóia, tendo subido ao trono em 1889. Foi cognominado O Diplomata (devido às múltiplas visitas que fez a Madrid, Paris e Londres, retribuídas com as visitas a Lisboa dos reis Afonso XIII de Espanha, Eduardo VII do Reino Unido, do Kaiser Guilherme II da Alemanha e do presidente da República Francesa Émile Loubet), O Martirizado e O Mártir (em virtude de ter morrido assassinado), ou O Oceanógrafo (pela sua paixão pela oceanografia, partilhada com o pai e com o príncipe do Mónaco).
Índice[esconder]
1 Infância e educação
2 A crise do Ultimato
3 D.Carlos, O Diplomata
4 O Franquismo
5 O Regicídio
6 O cientista, lavrador e pintor
7 Descendência
8 Títulos
9 Ver também


Infância e educação
D.Carlos nasceu na qualidade de príncipe herdeiro da coroa, pelo que recebeu desde cedo os títulos oficiais de Príncipe Real de Portugal e Duque de Bragança. Na verdade o seu nascimento significou um verdadeiro alívio para a sucessão dinástica constitucional portuguesa (depois da morte de três filhos varões de D.Maria II), afastando-se assim as pretensões do ramo miguelista. O Príncipe recebeu desde muito cedo a cuidada educação reservada aos sucessores reais, incluindo o estudo de várias línguas estrangeiras. Ainda jovem viajou por várias cortes europeias (Inglaterra, Alemanha, Áustria, etc.). Foi numa dessas deslocações que conheceu a princesa francesa Amélia de Orleães, filha primogénita do Conde de Paris (pretendente ao trono de França). Após um curto noivado veio a desposar a princesa, em Lisboa, na Igreja de São Domingos, em 22 de Maio de 1886. Ainda como herdeiro do trono esteve ligado ao grupo Vencidos da Vida, personificando uma certa esperança de renovação cultural.

A crise do Ultimato
D.Carlos subiu ao trono em 19 de Outubro de 1889, por morte de seu pai. Sua aclamação como Rei de Portugal ocorreu em 28 de Dezembro de 1889 e teve a presença de D. Pedro II, Imperador do Brasil, exilado desde o dia 6 do mesmo mês.
D.Carlos foi um homem considerado pelos contemporâneos como bastante inteligente mas dado a extravagâncias. O seu reinado foi caracterizado por constantes crises políticas e consequente insatisfação popular. Logo no início do seu governo, o Reino Unido apresentou a Portugal o Ultimato britânico de 1890, que intimava a Portugal (movido pela seu desejo expansionista, materializado no Mapa cor-de-rosa) a desocupar os territórios compreendidos entre Angola e Moçambique num curto espaço de tempo, caso contrário seria declarada a guerra entre os dois países. Como Portugal se encontrava na bancarrota, tal movimentação foi impossível e assim se perderam importantes áreas. A propaganda republicana aproveitou o momento de grande emoção nacional para responsabilizar a coroa pelos desaires no ultramar. Estalou então a revolta republicana de 31 de Janeiro de 1891, no Porto, que apesar de sufocada mostrou que as ideias republicanas avançavam com alguma intensidade nos tecidos operários e urbanos.

D.Carlos, O Diplomata
Apesar da grave crise que D.Carlos enfrentou no início do seu reinado face à Inglaterra, então a maior potência mundial, o Rei soube inverter a situação e, graças ao seu notável talento diplomático conseguiu colocar Portugal no centro da diplomacia europeia da primeira década do século XX. Para isso contribuiu também o facto de D.Carlos ser aparentado com as principais casas reinantes europeias. Deslocou-se inúmeras vezes as estrangeiro, representando inclusivamente Portugal nas exéquias da rainha Vitória, em 1901. Uma prova do seu sucesso foi o facto da primeira visita que Eduardo VII do Reino Unido fez ao estrangeiro (como monarca) ter sido a Portugal, onde foi recebido com toda a pompa e circunstância, em 1903. Nos anos seguintes, D.Carlos recebeu em Lisboa as visitas de Afonso XIII, o jovem monarca espanhol, da Rainha Alexandra (esposa de Eduardo VII), de Guilherme II da Alemanha e, em 1905, do Presidente da República Francesa, Émile Loubet. Todas estas visitas deram algum colorido à corte de Lisboa, porém a visita do Presidente francês seria marcada por entusiastas manifestações dos republicanos. D.Carlos e D.Amélia visitaram também, nesses anos de ouro da diplomacia portuguesa Espanha, França e Inglaterra, onde foram entusiasticamente recebidos em 1904. Em 1908, estava ainda prevista uma memorável visita ao Brasil (para comemorar o centenário da abertura dos portos brasileiros), e que não veio a acontecer devido aos trágicos acontecimentos desse ano.

O Franquismo
De facto, durante todo o reinado de D.Carlos, o país encontrou-se a braços com crises políticas e económicas, que se estenderam ao ultramar. Face à instabilidade geral, motivada pelo chamado rotativismo (rotação alternada dos dois principais partidos políticos, o Progressista e o Regenerador), D.Carlos nomeou o regenerador liberal João Franco como primeiro ministro. Este, afrontado pelos constantes ataques provenientes da Câmara dos Deputados solicitou ao Rei que dissolvesse o parlamento, adiando por algum tempo as novas eleições, ao que D.Carlos acedeu. A oposição (não só a republicana, mas também os monárquicos opositores de Franco) lançaram então uma forte campanha anti-governo, envolvendo também o próprio rei, alegando que se estava em ditadura. Este regime ditatorial foi o início do movimento republicano, que começava a ganhar adeptos em todo o país.

O Regicídio

Carlos I, rei de Portugal
Como era habitual no início de cada ano, D.Carlos partiu com toda a família para Vila Viçosa, a morada ancestral dos Bragança e o seu palácio preferido. Aí reuniu pela última vez os seus amigos íntimos (raramente levava convidados oficiais para a vila alentejana), promovendo as suas célebres caçadas. Entretanto, a situação política agravava-se em Lisboa, com a oposição ao franquismo, estalando uma revolta, abortada em 28 de Janeiro. João Franco decidiu ir mais longe e preparou um decreto prevendo o degredo sumário para as colónias asiáticas dos revoltosos republicanos. O rei assinou o decreto ainda em Vila Viçosa (consta que terá então dito: acabei de assinar a minha sentença de morte).
A 1 de Fevereiro de 1908, a família real regressou a Lisboa depois de uma temporada no Palácio Ducal de Vila Viçosa. Viajaram de comboio até ao Barreiro, onde apanharam um vapor para o Terreiro do Paço. Esperavam-nos o governo e vários dignitários da corte. Após os cumprimentos, a família real subiu para uma carruagem aberta em direcção ao Palácio das Necessidades. A carruagem com a família real atravessou o Terreiro do Paço, onde foi atingida por disparos vindos da multidão que se juntara para saudar o rei. D.Carlos I morreu imediatamente, o herdeiro D. Luís Filipe foi ferido mortalmente e o infante D.Manuel ferido num braço. Os autores do atentado foram Alfredo Costa e Manuel Buíça, embora avaliações recentes das evidências balísticas sugiram a existência de mais regicidas desconhecidos. Os assassinos foram mortos no local por membros da guarda real e reconhecidos posteriormente como membros do movimento republicano. A sua morte indignou toda a Europa, especialmente a Inglaterra, onde o Rei Eduardo VII lamentou veementemente a impunidade dos chefes do atentado.

O cientista, lavrador e pintor
D.Carlos foi um político desastrado que não soube ouvir as vozes do descontentamento popular, embora fosse um homem extremamente culto e com forte talento diplomático, tendo sido várias vezes incompreendido pelos políticos do seu tempo. Foi, no entanto, um homem apreciador das tecnologias que começavam a surgir no princípio do século XX. D.Carlos instalou luz eléctrica no Palácio das Necessidades e fez planos para a electrificação das ruas de Lisboa. Embora fossem medidas sensatas, contribuíram para a sua impopularidade visto que o povo as encarou como extravagâncias desnecessárias. Carlos foi ainda um amante da fotografia e autor do espólio fotográfico da família real. Foi ainda um pintor de talento, com preferências por aguarelas de pássaros que assinava simplesmente como Carlos Fernando. Esta escolha de tema reflectia outra das suas paixões, a ornitologia.
Para além da ornitologia, D. Carlos era um apaixonado pela oceanografia, tendo adquirido um iate, o Amélia, especificamente para se dedicar a campanhas oceanográficas. Estabeleceu uma profunda amizade com Alberto I, Príncipe do Mónaco, igualmente um apaixonado pela oceanografia e as coisas do mar. Desta relação nasceu o Aquário Vasco da Gama, que pretendia em Portugal desempenhar papel semelhante ao Museu Oceanográfico do Mónaco. Alguns trabalhos oceanográficos realizados por D. Carlos, ou por ele patrocinados, foram pioneiros na oceanografia mundial. Honrando esta faceta do monarca, a Armada Portuguesa opera actualmente um navio oceanográfico com o nome de D. Carlos I.
D.Carlos foi também um excelente lavrador, tendo tornado rentáveis as seculares propriedades da Casa de Bragança (património familiar destinado a morgadio dos herdeiros da coroa), produzindo vinho, azeite, cortiça, entre outros produtos, tendo também organizado uma excelente ganadaria e incentivado a preservação dos prestigiados cavalos de Alter.
Jaz no Panteão dos Braganças, no mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa, ao lado do filho que foi com ele assassinado.

Descendência
De sua mulher Amélia de Orleães, princesa de França (1865-1951):
D.Luís Filipe, Príncipe Real (1887-1908)
D.Maria Ana de Bragança, Infanta de Portugal (1888)
D.Manuel II, rei de Portugal (1889-1932)

Títulos
1863-1889: Sua Alteza Real O Príncipe Real D.Carlos, Duque de Bragança
1889-1908: Sua Majestade Fidelíssima El-Rei

Ver também

O Wikimedia Commons possui multimídia sobre Carlos I de Portugal
Árvore genealógica dos reis de Portugal
Precedido porD. Luís I
Rei de Portugal e dos Algarvesd'Aquém e d'Além-Mar em África, etc.1889 - 1908
Sucedido porD. Manuel II
Precedido porD. Pedro II de Bragança
Duque de Bragança
Sucedido porD. Luís I de Bragança
Precedido porD. Pedro
Príncipe Real de Portugal
Sucedido porD. Luís Filipe