terça-feira, 29 de abril de 2008

OS PESCADORES

Eu, caminhando sobre a areia molhada, fui ver a faina dos pescadores a recolherem o peixe pescado durante a noite. Ficava de olhar regalado e em silêncio a contemplar aquelas figuras de ébano, esguias e fortes, envernizadas de suor, com trapos à cintura e panos na cabeça a puxarem as cordas para retirarem do mar as pirogas carregadas ou as redes prenhas de peixe.Em esforço conjugado com as mulheres e as crianças, diligentes e ritmados, iam cantando uma melopeia lenta. As mulheres, para que os barcos pudessem rolar sem se enterrarem, colocavam troncos de madeira na areia.Ali, em silêncio, olhava os pescadores, as mulheres, as ondas e o horizonte.
Tentava adivinhar o que haveria para lá daquela linha onde acabava o mar e começa o céu. Imaginava praias, gentes, serras, cidades e mundos…Talvez por ter nascido na serra, muito longe do mar, tinha pelo mar, fascínio, atracção e deslumbramento que nunca fui capaz de explicar; só o contemplá-lo me dava paz e serenidade.Tal como acontecia todos os anos quando via cair o primeiro nevão. Regalava-me a ver os farrapos gordos de neve a tombarem serra acima, confundindo-se no céu esbranquiçado.
Na linha do horizonte da praia, ao meio-dia, começaram a formar-se as nuvens; ao meio da tarde, descarregavam grandes chuvadas e traziam as muitas trovoadas que troavam durante a noite.
Regressámos a casa para almoçarmos.
-
In: "O CAÇADOR DE BRUMAS - Por esta vida acima"

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Momento em família


A nossa colega Florinda recebeu recentemente a visita dos seus 3 netos, filhos do seu primogénito, que aqui vemos retratados num alegre passeio com os avós, à vila de Sintra. As crianças são luso-americanas, e residem habitualmente em Nova York. O Danny tem 7 anos, o Shawn 5, e a pequenina Erin 3 anos respectivamente. De regresso a casa resta à Florinda a recordação de bons momentos que aqui terão passado juntos. See you all soon!

Para ti minha mãe... e para todas as mães


Mãe! Tu que te preocupaste
Muito antes de eu nascer!
Mãe! Tu que te sacrificaste
Para "quase" tudo eu ter...

OBRIGADA MINHA MÃE!

Mãe! Por aquilo que me fizeste,
Cheio de carinho e amor...
Mãe! Pela vida que me deste
Ajudada pelo Senhor!

OBRIGADA MINHA MÃE!

Sendo hoje o grande dia,
Que para ti escolheram!
Justo era e bom seria,
Que aqueles, qu´o elegeram,
Dissessem e muito bem:
- No ano, dia após dia...
É dia da Mãe também!

domingo, 27 de abril de 2008

TARTUFO - Educando quem de tal precisa


E lívidas abres as tuas asas
como se o tempo e o vento
mergulhasse em mim ao compasso da brisa.
Voos que se cruzam sobre a distância
na serena quietude da memória de ti.
E em vertiginosa lentidão
percorro ébrio os instantes de silêncio
se adormeço dentro desse sonho
de te ver um dia chegar
vestida de longe e ternura.


ANTÓNIO AFONSO

TARTUFO - Para alegrar a mesquinhez de alguns espirito

FERNANDO PESSOA



A felicidade exige valentia
"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas, não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."
Publicado por: Alberto David

sábado, 26 de abril de 2008

Narcisismo

A parábola de Narciso tem sido uma grande fonte de inspiração para muitos artistas, há pelo menos dois mil anos. Tem início no poeta romano Ovídeo através do livro III Metamorfoses, transmitindo-se à cultura ocidental por intermédio dos autores renascentistas. Isto foi seguido em séculos mais recentes por outros poetas como John Keats, e pintores como Caravaggio, Nicolas Poussin, Turner, Salvador Dali, e Waterhouse. Quem é afinal Narciso? A ideia surge muito provavelmente da superstição grega segundo a qual contemplar a própria imagem prenunciava má sorte, caracterizando-se por um simbolismo que fez dela uma das mais duradouras de toda a mitologia. Narciso era um jovem de singular beleza. No dia do seu nascimento, o adivinho Tirésias vaticinou que ele teria vida longa desde que jamais contemplasse a própria aparência. Indiferente aos sentimentos alheios, Narciso desprezou o amor da ninfa Eco, provocando com o seu egoísmo o castigo dos deuses. Ao observar o seu próprio reflexo nas águas de uma fonte, apaixonou-se pela própria imagem e ficou a contemplá-la até se consumir. A flor conhecida pelo nome de narciso nasceu, então, no lugar onde morrera. O caule inclina-se antes da flor, pendendo, para que esta esteja virada para baixo, em vez de para cima. A personagem mitológica, estava a olhar para o seu reflexo quando foi transformado na flor, senão, o caule estaria direito e firme. O que o jovem ama é a sua reflexão - a sua alma sombra. Sob esta influência ama-se o que se auto reflecte e, reflecte-se o que se ama. O desenlace trágico acima transcrito é a consciencialização de Narciso de que está perdidamente apaixonado pela sua própria imagem, de que a sua paixão é um amor do «self», e não um amor pelo outro. Tal descoberta leva-o ao desespero e à morte, devido a um desvio patológico. Este desenvolvimento de se voltar para si mesmo domina e exclui a necessidade de qualquer pensamento, ou novo impulso. Na psiquiatria e particularmente na psicanálise, o termo narcisismo designa a condição mórbida do indivíduo que tem interesse exagerado por si próprio. Paul Näcke em 1899, introduz pela primeira vez o termo «narcisismo» para designar este estado de amor por si mesmo, que viria a constituir uma nova categoria de perversão. Em Leonardo Da Vinci numa lembrança à sua infância o conceito narcisismo vem fundamentar um tipo de identificação, quando ante a perda de um objecto, o ego se transforma à imagem e semelhança daquele. O narcisismo aqui pode surgir como uma defesa ao caos, tal como sua função no princípio: o narcisismo organiza as pulsões parciais, dirigindo-as ao eu. Imersos no narcisismo resultante do individualismo (eu sou bom não sou é compreendido) tudo gira à volta dum ego desmesurado. Nos dias que correm, com o desenvolvimento de escolas como a Psicologia do Self, de Heinz Khout, o narcisismo ganhou ainda mais destaque. Nesta corrente, porém, é importante distinguir entre o narcisismo normal ou o doentio. Acontece que, ao olharem para nós, não é como pessoas reais que nos vêem, mas sim como imagens, que admiram ou não. Preocupam-se tanto consigo mesmos que não se apercebem das necessidades dos outros. Segundo Freud, os narcisistas incidem sobre si mesmos a escolha do objecto sexual, projectando sobre os seus parceiros características que são próprias da sua personalidade, e buscando neles pontos que coincidam com a sua forma de ser, para que possam amar estas pessoas como foram amados pelas suas mães. Estes eventos mentais conduzem a outros distúrbios, como a megalomania e a crença no poder supremo do pensamento denominadas «neuroses narcísicas». O egoísmo, e amor exclusivo a si mesmo opõem-se ao altruísmo, ao amor ao outro. É esta exclusividade do amor a si mesmo com exclusão do outro, que vai tornar impróprio este amor. São exploradores nas suas relações, e usam os demais para alcançarem os seus objectivos nas relações interpessoais. O narcisismo muito excessivo e o que dificulta o indivíduo a ter uma vida satisfatória é reconhecido como um estado patológico e recebe o nome de transtorno de personalidade narcisista. Indivíduos que sofram desta alteração julgam-se grandiosos e possuem necessidades de admiração e aprovação de outras pessoas em excesso.

Diz o príncipe Korasoff a Julien, o protagonista, sobre a sua amada: «Ela olha para ela em vez de olhar para ti, e por isso não te conhece. Durante as duas ou três pequenas explosões de paixão que ela se permitiu a teu favor, ela, por um grande esforço de imaginação, viu em ti o herói dos seus sonhos, e não tu mesmo como realmente és».

Le Rouge et le Noir - romance de Stendhal de 1830 (onde encontramos um narcisista clássico na personagem de Mathilde).

Teresa Nesler – Trabalho de pesquisa desenvolvido para a aula de Psicologia

sexta-feira, 25 de abril de 2008

TARTUFO, acima da mesquinhez e da intriga




Tartufo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Nota: Se procura o fungo subterrâneo, consulte trufa.

Tartufo, em ilustração do séc. XIX (III ato, cena 3)
Tartufo (em francês Le Tartuffe) é uma comédia de Molière, e uma das mais famosas da língua francesa em todos os tempos. Sua primeira encenação data de 1664 e foi quase que imediatamente censurada pelos devotos religiosos que, no texto, foram retratados na personagem-título como hipócritas e dissimulados.

Os devotos sentiram-se ofendidos, e a peça quase foi proibida por esta razão, pelos tribunais do rei Luís XIV de França, onde tinham grande influência.
Na língua portuguesa, o termo tartufo, como em outro idiomas, passou a ter a acepção de pessoa hipócrita ou falso religioso, originando ainda uma série de derivados como tartufice, tartúfico ou ainda o verbo tartuficar - significando enganar, ludibriar com atos de tartufice.

Sinopse
Molière utiliza em seu texto elementos de sofisticada linguagem cômica, abordando com mordacidade as relações humanas que envolvem a religião, o poder e a ascensão social.
Utilizando-se como mote a aristocracia francesa, em luta por manter seus privilégios, a burguesia ascendente, ávida por ampliar seu status quo e ainda o papel intrigante dos religiosos, é, no entanto, através da popular e sábia "Dorina", a empregada, que Molière desconstrói a hipocrisia de estrutura social da 'época, desmascarando o farsante "Tartufo".
Este personagem é símbolo dessa bem comportada estrutura, usando-a a seu bel-prazer, a seu único e exclusivo proveito, sendo capaz de mentir, roubar, fraudar, especular, transgredir normalmente com o único objetivo de granjear mais privilégios. E tudo em nome de Deus.
A peça, apesar de retratar uma situação que antecedeu a ascensão da burguesia, mantém-se atual ao denunciar males eternos e "universais", como a corrupção, a hipocrisia religiosa, a ocupação de cargos de mando e relevo por espertalhões.
Personagens
Madame Pernelle, mãe de Orgon, enganada por Tartufo.
Orgon, senhor da casa, esposo de Elmire, enganada por Tartufo.
Elmire, esposa de Orgon; chave para se compreender o verdadeiro eu de Tartufo.
Damis, filho de Orgon, corteja a irmã de Valère.
Mariane, filha de Orgon, noiva de Valère.
Valère, noivo de Mariane.
Cléante, cunhado de Orgon.
Tartufo, falso devoto, que engana Orgon e Mme. Pernelle.
Dorine, criado de Mariane, dá o tom cômico à peça, através de comentários sarcásticos e exagerados.
Monsieur Loyal, começa como beleguim (agente de polícia); termina a peça como sargento.
Un exempt (policial).
Flipote, criado de Madame Pernelle.
Lawrence, criado de Tartuffe.
Argas, amigo de Orgon; confia a este documentos que Tartufo rouba e chantageia Orgon; não possui nenhuma fala, na peça.
Cenário: Paris, 1660, casa de Orgon.
Citação
"Não há nenhum pecado se pecar em silêncio" (Tartufo, IV, 5)
Enredo
Aviso: Este artigo ou seção contém revelações sobre o enredo (spoilers).

Orgon, pessoa muito importante da sociedade parisiense, havia caído sob a influência de Tartufo, um religioso bastante hipócrita, além de ser extremamente inescrupuloso. Na verdade, os únicos que não se dão conta do verdadeiro caráter do espertalhão são Orgon e sua mãe.
Tartufo exagera em sua devoção religiosa, chegando mesmo a ser o diretor espiritual de Orgon.
Desde que o vilão passara a residir em sua casa que Orgon segue-lhe todos os conselhos, chegando ao ponto de prometer-lhe a filha em casamento, apesar de a mesma estar noiva de Valère. A jovem Mariane fica bastante infeliz com a decisão paterna, e sua madrasta Elmire tenta desencorajar o embusteiro de suas pretensões matrimoniais. Durante este diálogo, Tartufo tenta seduzir a jovem esposa do velho Orgon, cena esta testemunhada por Damis, filho de Orgon.
Damis relata ao pai o que vira, mas este, longe de acreditar, deserda Damis e decide passar a própria casa para o nome do caloteiro – uma forma de assim forçar o casamento contra o qual todos pareciam tramar. Aumenta a tristeza de Mariane, e Elmire adia a sua assinatura do contrato feito pelo marido. Ela então propõe ao marido que, escondendo-se sob uma mesa, seja ele próprio testemunha do verdadeiro caráter de Tartufo.
Orgon concorda com o estratagema, e ante as palavras de Tartufo para sua mulher, descobre finalmente qual o verdadeiro caráter daquele hipócrita a que tanto confiara, e que sua família sempre tivera razão.
Colocando Tartufo para fora da casa, este porém impõe-se como seu novo proprietário. E Orgon dá-se conta de que depositara com o falso devoto documentos de um amigo, cuja fuga ocultara, comprometendo-o.
A mãe de Orgon vem lhe visitar. Pernelle tem ainda grande admiração por Tartufo, e não se deixa convencer sobre o real caráter dele. Surge então o Sr. Loyal, policial enviado por Tartufo, a fim de avisar que a família tem até o dia seguinte para desocupar o imóvel. Só depois disso Pernelle reconhece que ele é mesmo um caloteiro.
Enquanto a família reunida discute como safar-se daquela situação vexatória, chega Valère, informando que Tartufo entregara ao Rei os documentos que incriminavam Orgon, e este deveria ser preso. Planejam rapidamente uma fuga, mas Tartufo reaparece, desta feita acompanhado por um policial.
Autoritário, o falso amigo expede a ordem para que Orgon seja preso. Mas este, para surpresa de todos, prende o próprio Tartufo: ele era um caloteiro conhecido, tendo já aplicado outros golpes. A doação feita é anulada, e finalmente Orgon permite o casamento de Valère e Mariane.
Reações à obra
A obra foi apresentada perante o Rei em maio de 1664, antes de sua estréia e numa versão inacabada, com apenas três atos. Apesar disto, conseguiu indignar os devotos, por seu conteúdo.
A Companhia do Santo Sacramento utilizou de sua influência para conseguir que a obra fosse proibida: viam nela um ataque frontal à religião e aos valores que ela propugnava.
O certo é que, por trás das críticas à hipocrisia, que é o tema principal da obra, se vê um ataque ao papel demasiado influente que tinham alguns devotos que se passavam por guias espirituais, quando na verdade eram saqueadores de heranças.
Após algumas apresentações particulares, Molière tratou de representar sua obra com o título de "Panulfo, ou o Impostor", em agosto de 1667. Mas depois da primeira apresentação, o responsável pela polícia proibiu novamente a obra, com o argumento de que "não é o teatro o local para se pregar o Evangelho". O Arcebispo de Paris, Hardouin de Péréfixe, chega a ameaçar com a excomunhão todo aquele que represente ou assista tal obra, que acusa ser um violento ataque à religião.
Foi mister esperar até fevereiro de 1669 para que Louis XIV autorize a Molière a representar sua peça, que além disso recupera o título original de Tartufo.
Intenções de Molière

Tartufo seduz a esposa de Orgon (oculto sob a mesa), numa ilustração de Carl Hoff
Ao escrever sua obra, o autor ataca um grupo muito influente: os devotos. Entre estes se contavam homens cuja religiosidade era sincera, mas a maioria era de manipuladores conscientes do poder que poderiam obter com a falsa devoção. Foi a este segundo tipo que Molière atacou.
Mas também descreve uma rica família da alta burguesia. Orgon, uma vez tendo consolidado sua posição financeira, busca uma espécie de ligitimidade religiosa. Como todos os altos burgueses descritos por Molière, mostra uma certa ingenuidade. Exerce um tipo de ditadura sobre seus filhos. O tema do matrimônio de conveniência, algo que Molière não aceitava, também se acha nesta obra.
A peça se insere na realidade histórica com alusão à revolta da Fronda que se deslanchara em França, quinze anos antes. O Rei aparece como símbolo do bom senso.
Em torno de Orgon e Tartufo (que somente surge quando a peça está bastante avançada) aparecem outros personagens freqüentes em Molière: os jovens ingênuos e impetuosos (Damis, Mariane e Valère), os sábios e razoáveis (Elmire e Cléante), a serviçal com senso vulgar e linguagem curta e direta (Dorine), a velha fora do tempo e da razão (Mme. Pernelle).
Apesar de todos estes ingredientes fazerem de Tartufo uma comédia de feitio clássico, a obra é revolucionária pela forma como coloca em cheque a questão da religião que se impõe ditatorialmente. É, ao lado de Don Juan, uma das obras que maior polêmica e oposição suscitou.
Publicado por: Alberto David

Cronicando (1)

O ser humano, ao longo da sua existência é coagido pelas circunstâncias, ou necessidade própria a fazer opções.
Elas, definem geralmente o perfil psicológico de cada um e ainda a sua filosofia de vida.
Em todas as opções se revela o carácter de cada indivíduo:
Há os ditos irónicos, que vivem gerindo os seus pensamentos transportando-os para o Outro;
Os que encontram a sua satisfação pessoal, no «que diz que diz», porque necessitam de se colocar acima do Outro;
Alguns ainda, que minados por sentimentos de inveja e malquerer, usam a difamação para se elevarem do nada e sobre o nada, para ultrapassar o Outro;
Outros, sonhando com glórias e reconhecimento pela sociedade, plagiam obras, ideias ou personalidades, que são pertença do Outro.
Em todas estas opções encontramos os Tartufos (2)
Que Deus, a vida e a natureza se amercie deles.
Outros há, que despidos de vaidades, emboidos de sentimentos nobres, de solidariedade, se dedicam ao próximo, o Outro.
Cada vez mais o mundo necessita de ser pertença de homens bons, puros, que tomem como exemplo a experiência e a dádiva que nos foi ofertado por JESUS, o ser humano mais perfeito que nos é dado conhecer através dos tempos.

Nota da autora: Esta é uma peça de ficção, pelo que qualquer semelhança existente com factos ou pessoas é pura coincidência.

Zizi

(1) Cronicando, vem do latim chronica, e do grego khroniká
(2) Tartufo, vem do francês tartufe, homem hipócrita, velhaco, falso devoto e de sentimentos dissimulados.

Ouço do Mar a Voz da Razão

Olho o céu pela janela,
O vento sopra lá do mar.
Brilha sol, manhã bela,
O vento voltará a mudar…

Pássaros cantam, triunfantes,
Juntos em bando, à partida,
Rumam para terras distantes,
Transportam belezas da vida…

Gaivotas mergulham no mar,
De olhos abertos, perdidas…
Outras, flutuam a voar,
Leves, de asas estendidas…

Do mar respiro ar puro,
Vejo a maré ir de feição.
Magia da vida, do futuro,
Ouço do mar a voz da razão!

António Henrique - Paderne, 8 de Outubro de 2003

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Revolução de 25 de Abril de 1974

54 Músicas do ZECA AFONSO


Alberto David

CANTIGA DE ABRIL

CANTIGA DE ABRIL
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Qual a cor da liberdade?
É verde, verde e vermelha.
-
Quase, quase cinquenta anos
reinaram neste país,
a conta de tantos danos,
de tantos crimes e enganos,
chegava até à raiz.
-
Qual cor da liberdade?
É verde, verde e vermelha.
-
Tantos morreram sem ver
o dia do despertar!
Tantos sem poder saber
com que letras escrever,
com que palavras gritar!
-
Qual a cor da liberdade?
É verde, verde e vermelha.
-
Essa paz do cemitério
toda prisão e censura,
e o poder feito galdério,
sem limite e sem cautério,
todo embófia e sinecura.
-
Qual a cor da liberdade?
É verde, verde e vermelha.
-
Esses ricos sem vergonha,
esses pobres sem futuro,
essa emigração medonha,
e a tristeza uma peçonha
envenenando o ar puro.
-
Qual a cor da liberdade?
É verde, verde e vermelha.
-
Essas guerras de além-mar
gastando as armas e a gente,
esse morrer e matar
sem sinal de se acabar
por política demente.
-
Qual a cor da liberdade?
É verde, verde e vermelha.
-
Esse perder-se no mundo
o nome de Portugal,
essa amargura sem fundo,
só miséria sem segundo,
só desespero fatal.
-
Qual a cor da liberdade?
É verde, verde e vermelha.
-
Quase, quase cinquenta anos
durou esta eternidade,
numa sombra de gusanos
e em negócios de ciganos,
entre mentira e maldade.
-
Qual a cor da liberdade?
É verde, verde e vermelha.
-
Saem tanques para a rua,
sai o povo logo atrás:
estala enfim altiva e nua
com força que não recua,
a verdade mais veraz.
-
Qual a cor da liberdade?
É verde, verde e vermelha.
-
Jorge de Sena
Publicado por A.David

REVOLUÇÃO DOS CRAVOS

Revolução dos Cravos
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


História de Portugal
Portugal na pré-História
Portugal pré-romano
Romanização: Lusitânia e Galécia
Visigodos e Suevos
Domínio árabe e a Reconquista
Condado Portucalense
Independência de Portugal
Dinastia de Borgonha
Crise de 1383-1385
Dinastia de Avis
Descobrimentos e Expansão Portuguesa
Império Português
Crise sucessória de 1580
Dinastia Filipina
Restauração da Independência
Dinastia de Bragança
Terramoto de 1755
Guerra Peninsular
Revolução Liberal (24/08/1820)
Vilafrancada e Abrilada
Guerras liberais
Convenção de Évora-Monte
Revolução de Setembro,Revolta dos Marechais e Patuleia
Regeneração e Fontismo
O mapa cor-de-rosa e o ultimato britânico
Revolta de 31 de Janeiro de 1891
Revolução de 5 de Outubro de 1910 e Proclamação da República
Governo Provisório
I República
Ditadura militar e o Estado Novo
Guerra do Ultramar

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Revolução dos Cravos
III República
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Por tópico
História militar
História diplomática
História cultural
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Categoria: História de Portugal
O golpe de estado militar do dia 25 de Abril de 1974 derrubou, num só dia, o regime político que vigorava em Portugal desde 1926, sem grande resistência das forças leais ao governo, que cederam perante a revolta das forças armadas. Este levantamento é conhecido por Dia D, 25 de Abril ou Revolução dos Cravos. O levantamento foi conduzido pelos oficiais intermédios da hierarquia militar (o MFA), na sua maior parte capitães que tinham participado na Guerra Colonial. Considera-se, em termos gerais, que esta revolução trouxe a liberdade ao povo português (denominando-se "Dia da Liberdade" o feriado instituído em Portugal para comemorar a revolução).

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1 Antecedentes
2 O mito do "orgulhosamente sós"
3 Preparação
4 Movimentações militares durante a Revolução
4.1 Cravo
5 Consequências
6 O 25 de Abril visto 34 anos depois
7 Ver também
8 Ligações externas
8.1 Filmes
8.2 Fotos

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Antecedentes
Na sequência do golpe militar de 28 de Maio de 1926, foi implementado em Portugal um regime autoritário de inspiração fascista. Em 1933 o regime é remodelado, auto-denominando-se Estado Novo e Oliveira Salazar passou a controlar o país, não mais abandonando o poder até 1968, quando este lhe foi retirado por incapacidade, na sequência de uma queda em que sofreu lesões cerebrais. Foi substituído por Marcello Caetano que dirigiu o país até ser deposto no 25 de Abril de 1974.
Sob o governo do Estado Novo, Portugal foi sempre considerado uma ditadura, quer pela oposição, quer pelos observadores estrangeiros quer mesmo pelos próprios dirigentes do regime. Formalmente, existiam eleições, mas estas foram sempre contestadas pela oposição, que sempre acusaram o governo de fraude eleitoral e de desrespeito pelo dever de imparcialidade.
O Estado Novo possuía uma polícia política, a PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado), uma evolução da ex-PVDE (Polícia de Vigilância e Defesa do Estado), mais tarde DGS (Direcção-Geral de Segurança), que perseguiria os opositores do regime. De acordo com a visão da história dos ideólogos do regime, o país manteve uma política que considerava a manutenção das colónias do "Ultramar", numa altura em que alguns países europeus iniciavam os seus processos de alienação progressiva das suas colónias. Apesar da contestação nos fóruns mundiais, como na ONU, Portugal manteve uma política de força, tendo sido obrigado, a partir do início dos anos 60, a defender militarmente as colónias contra os grupos independentistas em Angola, Guiné e Moçambique.
Economicamente, o regime manteve uma política de condicionamento industrial que resultava no monopólio do mercado português por parte de alguns grupos industriais e financeiros (a acusação de plutocracia é frequente). O país permaneceu pobre até à década de 1960, o que estimulou a emigração. Notou-se, contudo, um desenvolvimento económico a partir desta década.

A Guerra do Ultramar, um dos precedentes para a revolução

O mito do "orgulhosamente sós"
Nos inícios dos anos 1970 o regime autoritário do Estado Novo continuava a pesar sob Portugal. O seu fundador, António Oliveira Salazar, foi destituído em 1968 por incapacidade e veio a falecer em 1970, sendo substituído por Marcelo Caetano na direcção do regime. Qualquer tentativa de reforma política foi impedida pela própria inércia do regime e pelo poder da sua polícia política (PIDE). O regime exilava-se, envelhecido num mundo ocidental em plena efervescência social e intelectual de finais de década de 60, obrigando Portugal a defender pelas forças das armas o Império Português, instalado no imaginário dos ideólogos do regime. Para tal, o país viu-se obrigado a investir grandes esforços numa guerra colonial de pacificação, atitude que contrastava com o resto das potências coloniais que tratavam de assegurar-se da saída do continente africano da forma mais conveniente.
O contexto internacional não era favorável ao regime salazarista/marcelista. Com o auge da Guerra Fria, as nações dos blocos Capitalista e Comunista apoiaram e financiaram as guerrilhas das colónias portuguesas, numa tentativa de as atrair para a influência americana ou soviética. A intransigência do regime e mesmo o desejo de muitos colonos de continuarem sob o domínio português, atrasaram o processo de descolonização por quase 20 anos, no caso de Angola e Moçambique. Ao contrário de outras Potências Coloniais Europeias, Portugal mantinha laços fortes e duradoros com as suas colónias africanas. Para muitos portugueses um Império Colonial era necessário para um poder e influência contínuos. Contrastando com Inglaterra e França, os colonizadores portugueses casaram e constituíram família entre os colonos nativos. Apesar das constantes objecções em forúns nacionais, como a ONU, Portugal manteve as suas colónias como parte integral de Portugal, sentindo-se portanto obrigado a defendê-las militarmente de grupos armados de influência comunista, particularmente após a anexação unilateral e forçada dos inclaves portugueses de Goa, Damão e Diu, em 1961. Em quase todas as colónias portuguesas africanas – Moçambique, Angola, Guiné, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde – surgiram movimentos independentistas, que acabaram por se manifestar sob a forma de guerrilhas armadas. Excepto no caso da Guiné, estas guerrilhas foram facilmente contidas pelas forças portuguesas, apesar dos diversos embargos ao armamento militar fornecido a Portugal. No entanto, os vários conflitos forçaram Salazar e o seu sucessor Caetano a gastar uma maior parte do orçamento de Estado na administração colonial e despesas militares, sendo que cedo Portugal viu-se um pouco isolado do resto do Mundo Após a ascensão de Caetano ao poder, a guerra colonial tornou-se num forte motivo de discussão e num assunto muito focado por parte das forças anti-regime. Muitos estudantes e manifestantes contra a guerra terão sido forçados a abandonar o país para escapar à prisão e tortura. Economicamente, o regime mantinha a sua política de Corporativismo, o que resultou na concentração da economia portuguesa nas mãos de uma elite de industriais. No entanto, a economia crescia fortemente, especialmente após 1950 e Portugal foi mesmo co-fundador da EFTA, OCDE e NATO. A Administração das colónias custava a Portugal um aumento percentual anual no seu orçamento e tal contribuíu para o empobrecimento da Economia Portuguesa, pois o dinheiro era desviado de investimentos infraestruturais na metrópole. Até 1960 o país continuou relativamente frágil em termos económicos, o que estimulou a emigração para países em rápido crescimento e de escassa mão-de-obra da Europa Ocidental, como França ou Alemanha principalmente após a Segunda Guerra Mundial. Para muitos o Governo português estava envelhecido, sem resposta aparente para um mundo em grande mudança cultural e intelectual.
A guerra colonial gerou conflitos entre a sociedade civil e militar, tudo isto ao mesmo tempo que a fraca economia portuguesa gerava uma forte emigração. Em Fevereiro de 1974, Marcelo Caetano é forçado pela velha guarda do regime a destituir o general António Spínola e os seus apoiantes, quando tentava modificar o curso da política colonial portuguesa, que se revelava demasiado dispendiosa para o país. Nesse momento, em que são reveladas as divisões existentes no seio da elite do regime, o MFA, movimento secreto, decide levar adiante um golpe de estado. O movimento nasce secretamente em 1973 da conspiração de alguns oficiais do exército, numa primeira fase unicamente preocupados com questões de carreira militar.

Preparação

Monumento em Grândola
A primeira reunião clandestina de capitães foi realizada em Bissau, em 21 de Agosto de 1973. Uma nova reunião, em 9 de Setembro de 1973 no Monte Sobral (Alcáçovas) dá origem ao Movimento das Forças Armadas. No dia 5 de Março de 1974 é aprovado o primeiro documento do movimento: "Os Militares, as Forças Armadas e a Nação". Este documento é posto a circular clandestinamente. No dia 14 de Março o governo demite os generais Spínola e Costa Gomes dos cargos de Vice-Chefe e Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, alegadamente, por estes se terem recusado a participar numa cerimónia de apoio ao regime. No entanto, a verdadeira causa da expulsão dos dois Generais foi o facto do primeiro ter escrito, com a cobertura do segundo, um livro, "Portugal e o Futuro", no qual, pela primeira vez uma alta patente advogava a necessidade de uma solução política para as revoltas separatistas nas colónias e não uma solução militar. No dia 24 de Março a última reunião clandestina decide o derrube do regime pela força.
Ver também: Oposição à ditadura portuguesa: ditadura militar (1926-1933) e Estado Novo (1933-1974)

Movimentações militares durante a Revolução
Ver cronologia completa de eventos em Cronologia da Revolução dos Cravos.
No dia 24 de Abril de 1974, um grupo de militares comandados por Otelo Saraiva de Carvalho instalou secretamente o posto de comando do movimento golpista no quartel da Pontinha, em Lisboa.
Às 22h 55m é transmitida a canção ”E depois do Adeus”, de Paulo de Carvalho, pelos Emissores Associados de Lisboa, emitida por Luís Filipe Costa. Este foi um dos sinais previamente combinados pelos golpistas e que desencadeou a tomada de posições da primeira fase do golpe de estado.
O segundo sinal foi dado às 0h20 m, quando foi transmitida a canção ”Grândola Vila Morena“, de José Afonso, pelo programa Limite, da Rádio Renascença, que confirmava o golpe e marcava o início das operações. O locutor de serviço nessa emissão foi Leite de Vasconcelos, jornalista e poeta moçambicano.
O golpe militar do dia 25 de Abril teve a colaboração de vários regimentos militares que desenvolveram uma acção concertada.
No Norte, uma força do CICA 1 liderada pelo Tenente-Coronel Carlos Azeredo toma o Quartel-General da Região Militar do Porto. Estas forças são reforçadas por forças vindas de Lamego. Forças do BC9 de Viana do Castelo tomam o Aeroporto de Pedras Rubras. Forças do CIOE tomam a RTP e o RCP no Porto. O regime reagiu, e o ministro da Defesa ordenou a forças sedeadas em Braga para avançarem sobre o Porto, no que não foi obedecido, já que estas já tinham aderido ao golpe.
À Escola Prática de Cavalaria, que partiu de Santarém, coube o papel mais importante: a ocupação do Terreiro do Paço. As forças da Escola Prática de Cavalaria eram comandadas pelo então Capitão Salgueiro Maia. O Terreiro do Paço foi ocupado às primeiras horas da manhã. Salgueiro Maia moveu, mais tarde, parte das suas forças para o Quartel do Carmo onde se encontrava o chefe do governo, Marcello Caetano, que ao final do dia se rendeu, fazendo, contudo, a exigência de entregar o poder ao General António de Spínola, que não fazia parte do MFA, para que o "poder não caísse na rua". Marcello Caetano partiu, depois, para a Madeira, rumo ao exílio no Brasil.
A revolução resultou na morte de 4 pessoas, quando elementos da polícia política (PIDE) dispararam sobre um grupo que se manifestava à porta das suas instalações na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa.

Cravo
O cravo tornou-se o símbolo da Revolução de Abril de 1974; Com o amanhecer as pessoas começaram a juntar-se nas ruas, solidários com os soldados revoltosos; alguém (existem várias versões, sobre quem terá sido, mas uma delas é que uma florista contratada para levar cravos para a abertura de um hotel, foi vista por um soldado que pôs um cravo na espingarda, e em seguida todos o fizeram), começou a distribuir cravos vermelhos para os soldados, que depressa os colocaram nos canos das espingardas.

Consequências

Mural na Chamusca, com uma dedicatória ao 25 de Abril
No dia seguinte, forma-se a Junta de Salvação Nacional, constituída por militares, e que procederá a um governo de transição. O essencial do programa do MFA é, amiúde, resumido no programa dos três D: Democratizar, Descolonizar, Desenvolver.
Entre as medidas imediatas da revolução contam-se a extinção da polícia política (PIDE/DGS) e da Censura. Os sindicatos livres e os partidos foram legalizados. Só a 26 foram libertados os presos políticos, da Prisão de Caxias e de Peniche. Os líderes políticos da oposição no exílio voltaram ao país nos dias seguintes. Passada uma semana, o 1º de Maio foi celebrado legalmente nas ruas pela primeira vez em muitos anos. Em Lisboa reuniram-se cerca de um milhão de pessoas.
Portugal passou por um período conturbado que durou cerca de 2 anos, comummente referido como PREC (Processo Revolucionário Em Curso), marcado pela luta e perseguição politica entre as facções de esquerda e direita. Foram nacionalizadas as grandes empresas. Foram igualmente "saneadas" e muitas vezes forçadas ao exílio personalidades que se identificavam com o Estado Novo ou não partilhavam da mesma visão politica que então se estabelecia para o país. No dia 25 de Abril de 1975 realizaram-se as primeiras eleições livres, para a Assembleia Constituinte, que foram ganhas pelo PS. Na sequência dos trabalhos desta assembleia foi elaborada uma nova Constituição, de forte pendor socialista, e estabelecida uma democracia parlamentar de tipo ocidental. A constituição foi aprovada em 1976 pela maioria dos deputados, abstendo-se apenas o CDS.
A guerra colonial acabou e, durante o PREC, as colónias africanas e Timor-Leste tornaram-se independentes.

O 25 de Abril visto 34 anos depois
O 25 de Abril de 1974 continua a dividir a sociedade portuguesa, sobretudo nos estratos mais velhos da população que viveram os acontecimentos, nas facções extremas do espectro político e nas pessoas politicamente mais empenhadas. A análise que se segue refere-se apenas às divisões entre estes estratos sociais.
Existem actualmente dois pontos de vista dominantes na sociedade portuguesa em relação ao 25 de Abril.
Quase todos reconhecem, de uma forma ou de outra, que o 25 de Abril representou um grande salto no desenvolvimento politico-social do país. Mas as pessoas mais à esquerda do espectro político tendem a pensar que o espírito inicial da revolução se perdeu. O PCP lamenta que a revolução não tenha ido mais longe e que muitas das conquistas da revolução se foram perdendo.
As pessoas mais à direita lamentam a forma como a descolonização foi feita e as nacionalizações feitas no periodo imediato ao 25 de Abril de 74 que condicioram sobremaneira o crescimento de uma economia já então fraca.

Ver também
Oposição à ditadura portuguesa: ditadura militar (1926-1933) e Estado Novo (1933-1974)
Estado Novo (Portugal)
MFA
Junta de Salvação Nacional
PREC

O Wikimedia Commons possui multimídia sobre Revolução dos Cravos

Ligações externas
Centro de Documentação do 25 Abril da Universidade de Coimbra
Site da Associação 25 de Abril

Filmes
As Armas e o Povo - (Portugal, 1975), p/b 16/35 mm, 80 min, filme colectivo que retrata a primeira semana de revolução, cobrindo os acontecimentos do 25 de Abril ao 1º de Maio de 1974.
Cravos de Abril – (Portugal, 1976), documentário histórico, p/b e cor 16 mm, 28 min, de Ricardo Costa, retratando os eventos desde o 25 de Abril até ao 1º de Maio. Ver referências em francês.
Scenes from the Class Struggle in Portugal - (US/Portugal 1977), 16mm, p/b e cor, 85 min, de Robert Krammer e Philip Spinelli.
Capitães de Abril, 1997, ficção de Maria de Medeiros.

Fotos
25 fotos de Abril - de Eduardo Gageiro

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Publicado por A.David

segunda-feira, 21 de abril de 2008

TARTUFOS - Museu construido do nada

DIAS CONTADOS XX


À volta dos livros - A 1ª sessão terá servido para aguçar o apetite. Na seguinte, fui encontrar mais gente ainda. Desta vez fomos contemplados não com um, mas sim dois oradores, que nos falaram um pouco mais, sobre Gonçalo M. Tavares – o escritor do momento, e o que mais prémios arrecada, uns a seguir aos outros. Assim, Ana Isabel Soares deslocou-se de Faro, da Universidade do Algarve, onde lecciona, e na sequência do que teria sido já dito anteriormente, veio dar-nos a sua opinião das pequenas histórias «dos senhores», associando-as a outras obras literárias, que o autor terá decidido reescrever, com o intuito de lhes encontrar um seguimento diferente, ou um outro epílogo. Segundo a mesma, não passariam de esboços, dos quais as ilustrações são aliás disso exemplo. Analisando novamente o Sr. Valéry, de quem quase me sinto já íntima, afinal ele não passa do resultado de um exercício mental, construído debaixo de um raciocínio lógico, que deambulará entre o romance e o conto, e a imagem e a narrativa.
Outra perspectiva veio dar-nos o Sandro, que nos chegou com um entusiasmo contagiante, do grupo de teatro Gaveta, de Portimão, onde terá encenado duas peças deste autor, com quem julgo ter tido já o privilégio de travar conhecimento. Volta a falar-nos no seu rigor, na disciplina e no método, nas infindáveis horas dedicadas à leitura, e na sua enorme capacidade de trabalho. E como se isto por si só não bastasse, ideias nunca lhe faltam, e a partir do inconsciente, foge aos moldes tradicionais, acabando por nos surpreender, com estas deliciosas personagens de contornos surrealistas, que mais não passam de ensaios, num bairro tão imaginário, como inexistente.
Para casa trouxemos Água, cão, cavalo, cabeça, dos livros pretos, de violência evidente, e que lhe terá valido o grande prémio de Conto Camilo Castelo Branco em 2006. No próximo dia 16 de Maio, às 21,30h, voltarei a estar presente na Biblioteca Municipal de Albufeira, para o derradeiro encontro, anterior à presença do autor, e aprender um pouco mais. Mal posso esperar!
Ver reportagem fotográfica em:
http://www.caprichodointelecto.blogspot.com/

Mais acção - Este continua a ser o espaço de liberdade total, e repentista, tão próximo de si. Entre a inspiração e a técnica, chegou a hora de outros se pronunciarem, traçando caminhos, e aumentando a sua eficiência. Colabore, e não deixe de ser ousado em:
http://www.uatialbufeira.blogspot.com/

Teresa Nesler

domingo, 20 de abril de 2008

Video da Semana

Power Point efectuado pela Professora da UATI, Frau Werngard

TARTUFOS - Boa Gente e mestres Tertuliantes


João Sena que usa como escritor o pseudónimo de:

Bernardino Louro só depois de uma carreira militar e por consequência disso mesmo, se viu confrontado com a arte de contar histórias.Antes escrevera, em colaboração pontual, em revistas, jornais militares e regionais. Dos muitos tempos temas abordados, ressaltam cartas e crónicas em tempos de guerra, sobre situações e gentes. Tendo peregrinado por diferentes por diferentes lugares que o levaram pela Europa, África, Ásia e América, desde a China até ao sul da Argentina, foi encontrando outras vidas e outras experiências com que se foi enriquecendo.No seu jeito de contar estórias, genuinamente beirão, transporta-as para as páginas dos seus livros. Como os bons vinhos aguardaram anos até serem editados

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Eis um livro que nenhum português que tenha estado em Angola deve deixar de ler (O Caçador de Brumas).
Mas que o leiam os outros também os que nunca lá foram e verão como se lhes fará clara a razão de tantos portugueses terem aquela terra no coração.
É um livro muito bem escrito (O Caçador de Brumas - Por esta vida acima), fortemente impregnado de ressonâncias de uma ruralidade ancestral do país pré "25 de Abril" e do animismo profundo do povo luena, sempre densamente povoado de termos que resituam o leitor, em ecos de imprevista presença, no cenário luxuriante e encantório de uma África mítica, mas teimosamente concreta.

In prefácio Prof.Doutor José Antunes de Sousa

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Para o Alberto David, velho camarada de armas e na guerra em Angola, um amigo do peito.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

terça-feira, 15 de abril de 2008

TERTÚLIA

Tecnologia: Sistema de "grelha" super-rápido poderá tornar obsoleta a Internet

Londres, 07 Abr (Lusa) - Cientistas desenvolveram na Suíça um gigantesco sistema computacional de "grelha" (GRID) que poderá em breve tornar obsoleta a Internet, noticia hoje o Daily Telegraph.
O novo sistema, 10.000 vezes mais rápido do que as ligações em banda larga, permitirá descarregar ficheiros de filmes e música em segundos.
Inventado na Organização Europeia de Investigação Nuclear (CERN), tal como a Internet, este sistema poderá fornecer a energia necessária para enviar imagens sofisticadas, permitir jogos instantâneos entre centenas de milhar de participantes e oferecer ligações videotelefónicas em alta definição ao preço de uma chamada local.
David Britton, professor de Física na Universidade de Glasgow e figura destacada no projecto "grelha", acredita que esta tecnologia poderá mudar a sociedade.
"Com este tipo de poder computacional, as gerações futuras terão a capacidade de colaborar e comunicar em modos que pessoas mais velhas, como eu, não podemos sequer imaginar", disse o cientista ao diário londrino.
O lançamento do novo sistema está previsto para este Verão, quando for ligado o acelerador de partículas LHC (Large Hadron Collider), destinado a investigar as origens do Universo.
A "grelha" irá também armazenar a informação que gerar, já que a Internet não terá capacidade para capturar volumes de dados de tão grandes dimensões.
O novo sistema foi construído com cabos de fibra óptica e modernos centros de reencaminhamento e distribuição, o que significa que não haverá componentes ultrapassados que possam parar o dilúvio de dados, como acontece com a Internet.
Já estão instalados 55.000 servidores da "grelha", um número que deverá crescer para 200.000 nos próximos dois anos.
CM
Lusa/fim
Alberto David

TARTUFOS, BOA GENTE e PÉ DESCALÇOS

As tertúlias político-literárias
A Primavera corria sem se preocupar com as vicissitudes das gentes. Corriam as fontes, floriam as árvores e os passarinhos arrulhavam nos ninhos. Mas toda a gente andava preocupada. Não havia outras conversas senão sobre a situação política que em Lisboa se vivia.Os encontros entre o poeta Manuel e Helena eram agora dentro da casa de Natércia. Gostava de ambos, e como era seu jeito, facilitava as tertúlias político-literárias. Versos e prosas foram lembrados, entre citações de políticos e doutrinas, mais os relatos de cenas de guerra e de exílio. A jovem dona bebia as palavras e o vate encontrava rimas e poemas no brilho do seu (dela, é claro!) olhar. Helena, cada dia mais culta e envolvida na política, nem sequer sabia se havia de ir combater os mouros, os sebastianistas ou os castelistas, ou até professar, como dos seus era vontade.Os rumores de um atentado contra El-Rei também foram falados, envolvendo a omnipresença do Arcebispo de Braga. Mas Manuel não tinha mais que suspeições vagas. As realidades corriam bem diferentes, e o tal Arcebispo lá continuava bem perto do monarca.Havia dias em que parecia haver catequese. O poeta, rodeado pelas damas, recitava versos, com aquela voz de baixo, — dizia-se que lhe vinha da alma! — enfeitiçando e criando mesclados para suas estrofes e poemas.As meninas, depois, em suas casas, difundiam a sua obra entre os familiares, amigos e conhecidos.Um jogral que cantava o fado, comprou a um cego uma das folhas dos seus versos e fez deles um fado. Não tardou que os invejosos o plagiassem. Nem um jarro de vinho lhe pagaram de direitos de autor!
Continua:
Alberto David

" É triste não ter amigos?


VOLTAIRE . O Grande Escritor, filósofo e pensador





Ainda mais triste é não ter inimigos!
Porque, quem não tem inimigos, é sinal que não tem:
Nem talento que faça sombra,
Nem carácter que impressione,
Nem coragem para que o temam,
Nem honra contra a qual murmurem,
Nem bens que lhe cobicem,
Nem coisa alguma que lhe invejem..."
Alberto David

segunda-feira, 14 de abril de 2008

DIAS CONTADOS XIX

Coroada de êxito - A última tertúlia deste ano lectivo, acabou de ter lugar, na nossa universidade sénior. Sempre esfusiante, a Zizi conseguiu trazer uma nova vitalidade, e sob um impulso isolado, soube aliciar-nos, através da sua aula de jograis, mobilizando-nos para uma outra dimensão lúdica. O convidado desta sessão foi o notável Dr. Manuel dos Santos Serra, que amavelmente se disponibilizou a conversar sobre a realidade dos seus livros. Médico, e amante de poesia, falou de forma incansável, saltando de tema em tema, ao mesmo tempo que percorria cada meandro, da teia da sua vida. Afinal, não somos senão aquilo que nos lembramos.
Após a pausa de férias, a viagem continua, com outros protagonistas, mas sempre sob o estilo próprio da Zizi, que na dianteira, assim vai tomando conta, e bem, dos dias de cada um de nós.
Ver registo fotográfico em:
http://www.caprichodointelecto.blogspot.com/

Viver de palavras – Assinalou-se este sábado o Dia Mundial da Voz, que se irá celebrar no próximo dia 16, tendo o prémio «Voz do Ano» sido entregue à actriz Eunice Munõz.
A voz vive da arte dos sons, da colocação das sílabas, da combinação de fonemas, e dos sentidos de cada um. A linguagem é o território ao qual pertencemos, e dela pode depender a eficácia de um discurso, dum compromisso de honra, dum grito de protesto, ou do eco que permanece, após declarações mais polémicas. Cada voz tem a sua estrutura rítmica, a sua cadência, e tom próprio, que nos distingue uns dos outros. Sendo ela um dos veículos de transmissão de mensagens, considera-se este, um dos acontecimentos internacionais mais importantes, da área da otorrinolaringologia. A ideia desta ocasião é exactamente dar-lhe visibilidade, e sensibilizar, para que as pessoas cuidem melhor das suas vozes, através de cuidados simples, como prevenção de saúde. Além de implicar dinâmica, por parte de quem escuta, também é dela de que frequentemente nos fazemos valer, quando muitas vozes juntas acabam por, por vezes, fazer toda a diferença.

Muitas vozes – Este é o espaço, de consumo rápido, em que exteriorizamos os nossos pensamentos, de forma caótica e livre. A cada instante nos renovamos! Partilhe as suas vivências, e colabore também, com as pequenas coisas do dia a dia, ou o que lhe vem à baila, através de uma linguagem de acção. Faça dele o seu instrumento de comunicação em:
http://www.uatialbufeira.blogspot.com/
Teresa Nesler

A vida e a natureza

No planalto húmido
Vagueiam sons e nuvens
Vestidas de remendos
Sobre outros gastos
Caídos em largas pregas

O sol trespassou-o
Derramou-se irritado
Sobre os cumes
Escorreu pelas encostas
Inundou rios e ribeiras
Caminhando, buscou a surpresa
Ofuscante da manhã.

A clareira emoldurada
Por frondosas árvores
Rumina uma raiva de
Ronceira revolta

As bocas engelhadas, os rostos
Esfumando-se em névoa
De mágoa,
Prosseguem o sonho,
A fantasia, o amor.

Escuta-se um grito
Uma voz brame, reivindica.
Onde estão minhas rugas?
Quem mas roubou?
Quero-as já, agora, aqui
Sobre o meu peito.
Elas são o meu sustento
A minha dor, a minha vida.

Zizi

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Padre António Vieira e o Barroco

Os índios que moram em suas aldeias com títulos de livres são muito mais cativos do que os que moram nas casas particulares dos portugueses, só com uma diferença, que cada três anos têm um novo senhor, que é o governador ou o capitão-mor que vem a estas partes, o qual se serve deles como de seus e os trata como alheios; em que vêm estar em muito pior situação do que os escravos, pois ordinariamente se ocupam em lavouras de tabaco, que é o mais cruel trabalho de quantos há no Brasil. Mandam-nos servir a pessoas e em serviços a que não vão senão forçados, e morrem lá de puro sentimento.
Padre António Vieira, carta ao rei de Portugal, D. João IV, 1653

Há porém páginas de prosa que me têm feito chorar. Lembro-me, como do que estou vendo, da noite em que, ainda criança, li pela primeira vez numa selecta, o passo célebre de Vieira, sobre o rei Salomão. E fui lendo, até ao fim, trémulo, confuso; depois rompi em lágrimas felizes, como nenhuma felicidade real me fará chorar, como nenhuma tristeza da vida me fará imitar.
Fernando Pessoa, Livro do Desassossego

António Vieira foi um homem com um enorme gosto pela acção; uma personagem empenhada na vida do seu tempo e nas questões em que directamente se envolvia:
- a actividade política e diplomática relacionada com a defesa dos interesses portugueses após a Restauração de 1640;
- o problema da colónia brasileira;
a missionação e a defesa da liberdade dos índios no Brasil (“o pastor (Vieira) é o que apascenta as suas ovelhas [os índios] e ainda o que as defende dos ataques dos lobos [os colonos] Sermão da Epifania, 1662;
a questão dos cristãos-novos;
o seu processo na Inquisição;
prega ao modo tradicional, como já pregava Santo António (século XIII);
considerou que o sermão servia para interpretar o texto sagrado citado (conceito predicável);
para ele o texto apresentava quatro sentidos: o sentido literal, o sentido alegórico, o sentido moral e o sentido analógico;
usou a língua como arte de encontrar as palavras mais próprias para o que se quer significar;
para ele as palavras não eram um instrumento para descobrir uma verdade, mas para motivar a vontade numa acção (a teoria do V Império – crença na missão providencial dos Portugueses);
nas suas deambulações converteu várias tribos de índios, pacificou muitos, aprendeu algumas das sua línguas;
nos seus sermões (principalmente Sermão de Santo António aos Peixes) destacam-se alguns elementos que, ao nível da linguagem e do estilo, os valorizam:
I. as imagens bíblicas,
II. a antítese e a adjectivação oxímora,
III. as comparações e as alusões metafóricas,
IV. o paralelismo anafórico,
V. as apóstrofes e as exclamações,
VI. as interrogações retóricas,
VII. a expressividade das hipérboles,
VIII. as enumerações,
IX. as amplificações,
X. a alegoria,
XI. o ritmo da frase,
XII. a manutenção do contacto com o auditório (função fática e apelativa),
XIII. o visualismo.

O período barroco aparece influenciado pelo movimento denominado Contra-Reforma, pela renovação da Escolástica e pelo absolutismo régio;
O fenómeno do Barroco constitui um afastamento da estética renascentista devido à necessidade do ser humano encontrar uma nova expressão de vida, uma outra harmonia na busca da perfeição, da verdade, da luz; por isso rompe com a concepção estática e fechada da arte renascentista;
O Barroco é profundamente sensorial e naturalista, apela para as sensações fruídas na variedade incessante do mundo físico;
O Barroco caracteriza-se pela ostentação, pelo esplendor e pela proliferação dos elementos decorativos; desta forma, recorre ao expressivo, à extravagãncia, à amplificação e ao requinte da forma e do pensamento.
O Barroco, na literatura, caracteriza-se por tentar mostrar a plena inspiração dos autores, quer nas formas, quer nos conteúdos engenhosos de pensamento:
I. os trocadilhos, os vários elementos decorativos da frase, a extravagância formal (estilo cultista),
II. destacam-se como figuras de estilo que melhor servem os ideais estéticos do Barroco a metáfora, a hipérbole e a antítese/o paradoxo;
III. o desdobramento discursivo de um conceito ou as relações fictícias e arbitrárias entre ideias e coisas, enigmas intelectuais (conceptismo).
IV. procura a alegoria para o desenvolvimento das ideias e para estabelecer a passagem entre a razão e a realidade, o mundo humano e o divino, o material e o espiritual.

terça-feira, 8 de abril de 2008

EU GOSTO DA COR BRANCA


Eu gosto da cor branca da Lua, que ilumina os céus nas noites do mês de AGOSTO
E das casas brancas, caiadas de cal da minha ALDEIA.
Eu gosto do branco, como o orvalho nas manhãs de INVERNO.
Branco como a água pura que escorre p’las cataratas dos rios direito ao MAR.
Branco como a espuma das ondas desfazendo-se na AREIA.
Eu gosto da flor branca das amendoeiras, que embelezam os campos do meu ALGARVE
no mês de MARÇO.
Branco é a cor da PAZ, da AMIZADE, da FRATERNIDADE entre os homens, BRANCOS e NEGROS.
Eu gosto do branco, como o sorriso duma criança puro, transparente BRANCO. BRANCO...

LEONILDE
Abril/2008

domingo, 6 de abril de 2008

DIAS CONTADOS XVIII

Um passo em frente – Quando nada acontecia, eis que tudo terminou. Ainda bem. Ao invés de outros, cujas opiniões ao longo de folhetins de traição ziguezaguearam, posso gabar-me que sempre mantive a coerência, vociferando abertamente ser do contra. É preciso coragem para enfrentar mudanças, e eu anseio desesperadamente por uma nova consciência, que para variar, saiba agir racionalmente. Que esforço será necessário então fazer? Perguntar-me-ão aqueles que nunca souberam reequacionar. Pois eu direi que em primeiro lugar haverá que desenvolver uma dinâmica de grupo, e que num processo de discussão, até aqui inexistente, se debrucem sobre um projecto, em redor da mesa de trabalho. Sim ouviram bem, «mesa de trabalho», e não uma outra mesa qualquer, coberta de petiscos e outras abstracções. É urgente inverter o rumo, e olhando o futuro é crucial estar aberto a sugestões. Depois, perante uma imensidão de ideias, só há que galvanizar! Só assim se faz e refaz a uati, não baixando os braços, ultrapassando o fracasso, e retirando-nos a nós alunos, uma vez por todas, do momento cinzento, desinteressante, e previsível, em que inacreditavelmente nos mergulharam. Socorro! É preciso mudar, e já!

Em força – Há espaços onde uma presença feminina felizmente não incomoda. Este é um deles, e com mérito conquistei-o. Só depois, a liberdade de crítica veio por acréscimo. O formato é comunicacional, criativo, não implica jogos, nem lideranças, e gerido em parceria com o David, não só funciona com sucesso, como se tornou na imagem positiva, da nossa universidade. Alguém tem dúvidas? Em permanente renovação, não asfixia, nem penaliza, e em último recurso foi o lugar encontrado para que os alunos obtivessem alguma merecida e necessária representatividade. Ora aí está, um projecto de grande visibilidade para todo o mundo, com pernas para andar, e continuar, com toda a pujança!

Legado de esperança – A sua missão, como a de tantos outros, foi espinhosa. A religião para ele não foi senão uma outra forma de política, e a partir de determinada altura, o seu martírio parecia anunciado. De ampliadas qualidades, e dimensão espiritual transcendente, sonhou em mudar o mundo, com um discurso que não chegou a esgotar. Construindo ilusões, através de uma linguagem realista, uma a uma foi alcançando as pessoas, com um efeito absolutamente demolidor. A utopia marcou-lhe o destino, e faz agora 40 anos que nos deixou, com uma réstia de ânimo entre mãos.
Se quiser ver o vídeo vá a:
http://www.caprichodointelecto.blogspot.com/

Teresa Nesler

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Aviso às hostes

Para os menos atentos, que não espreitaram ainda a nossa «Janela Aberta», fica o aviso, que a próxima Tertúlia da Zizi, foi antecipada para sábado 12 de Abril, às 15horas. O convidado de honra será o Dr. Manuel dos Santos Serra – médico, escritor e poeta, motivo mais que suficiente para que ninguém falte. Neste encontro, tentaremos conhecer o Homem, por trás de tantos e belos poemas, alguns dos quais a ser declamados pelos vários alunos da Uati. Este evento, impulsionado pela Zizi, e com lugar na nossa universidade, encontra-se aberto ao público em geral, e tem vindo a ganhar adeptos de sessão para sessão, terminando em ambiente de convívio, onde o chá e os bolos não faltam.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

História de Amor



Estela, filha da nossa colega Florinda, deu um importante passo na sua vida, ao casar, no passado dia 15 de Março, na Quinta do Gradil em Mafra. Compreensivelmente felizes, os colegas desejam aos recém-casados um futuro promissor.